Médico será indiciado pela morte de Ryan Gracie

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Publicado Sexta, 22 de Fevereiro de 2008 às 06:36, por: CdB

O psiquiatra Sabino Ferreira de Farias Neto será indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) no caso do lutador Ryan Gracie, encontrado morto na cela do 91º DP de Vila Leopoldina, na capital paulista, em 15 de dezembro. A informação é do delegado do 91º DP, Roberto Calaça Vieira. Se condenado, o médico pode pegar pena de um a três anos de prisão, com aumento possível de até 1/3. É possível converter a condenação em pena alternativa.

A declaração foi feita após a divulgação dos resultados do laudo necroscópico do lutador, no Instituto Médico-Legal (IML). Segundo o médico legista Laércio de Oliveira César, que fez a necropsia, Ryan morreu devido à combinação de sete drogas em seu corpo - duas ilícitas (cocaína e maconha), duas lícitas, provavelmente, ingeridas pelo próprio lutador (Frontal e Dormonid) e três prescritas por Sabino (Fenergan, Haldol, e Leporex).

Segundo o legista, a seqüência de problemas no organismo do lutador foi a seguinte: a combinação de remédios 'deprimiu' (termo médico que significa o contrário de estimular) o sistema nervoso central (SNC), que comanda a respiração. Com isso, ele perdeu os reflexos que dão ordens para o pulmão e o coração trabalharem na respiração.

Houve, então, uma falência dos aparelhos respiratório e cardíaco, que culminou com a criação de um edema pulmonar. Uma grande quantidade de sangue no pulmão do lutador o impediu de respirar. Em seguida, houve a chamada hipóxia - falta de oxigenação no organismo - que levou Ryan à morte.

– Essas drogas que, isoladamente, podem deprimir o sistema nervoso central, mesmo em doses terapêuticas, tiveram um efeito chamado aditivo, disse o legista.

 

O médico não diz que 'houve excesso de medicamentos', mas uma interação deles, o que pode gerar um efeito diferente do desejado. Isso pode ocorrer mesmo quando as doses são adequadas. Além disso, o laudo apontou que o lutador era cardíaco.

O psiquiatra declarou, por meio de sua secretária, que só vai se pronunciar oportunamente. O advogado dele, Pedro Lazarini Neto, também não foi localizado para comentar a decisão.

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