Marinha dos EUA e aliados impedem contrabando de petróleo iraquiano

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Publicado Terça, 29 de Outubro de 2002 às 20:49, por: CdB

Os EUA e seus aliados, com a ajuda silenciosa do Irã, interromperam o fluxo de petróleo ilegal iraquiano no Golfo Pérsico, perseguindo os pequenos barcos que provaram seu valor como ferramentas efetivas para contrabandistas e terroristas. No momento que o governo Bush se prepara para um confronto com Saddam Hussein, os EUA e seus parceiros navais ampliaram a pressão. Hoje há ali um número marcadamente maior de barcos que o verificado no ano passado e até um encouraçado australiano foi posicionado nas águas territoriais do Iraque, em um esforço para fortalecer as sanções da ONU. "Aquilo que no passado era um bloqueio com efetividade de 30 ou 40% hoje atinge 80 a 90% de efetividade", afirmou o comandante Peter Sinclair, oficial australiano que comanda a frota aliada encarregada de garantir o embargo no Golfo. Em setembro, 318 navios foram embarcados, o dobro da média registrada no mesmo período do ano passado. Desses navios, apenas 64 receberam ordens para retornar ou foram apreendidos. Atualmente, o embargo aliado está sendo auxiliado pelos iranianos, que não combatiam os contrabandistas que, durante a noite, utilizavam rotas na costa iraniana. Ainda não se sabe se os iranianos, que combateram o Iraque em uma guerra que foi encerrada em 1990, desejam fortalecer o embargo ou apenas pretendem privar os americanos de uma razão para entrar nas águas territoriais do Irã. Mas o resultado é que mais barcos carregando contrabandistas suspeitos estão sendo direcionados para as patrulhas aliadas. O presidente Bush descreveu o Irã como parte de um "eixo do terror", mas as relações entre as marinhas dos aliados e do Irã vêm sendo inteiramente profissionais, afirmam os comandantes aliados. Sob o programa coordenado pela ONU, o Iraque pode vender uma parcela de petróleo. A receita dessa venda é utilizada para adquirir remédios e alimentos. Mas o Iraque buscou contrabandear petróleo fora da quantidade estabelecida pela ONU, além de outras mercadorias, por vias terrestres e marítimas. Para o constrangimento dos americanos, que temem que a receita com o petróleo possa ser utilizada para desenvolver armas químicas, nucleares e biológicas, o Iraque continua a vender petróleo ilegalmente por meio de um oleoduto para a Síria e por caminhões para a Turquia. Mas a combinação da bravata australiana, avançada tecnologia militar americana e cooperação indireta iraniana permitiram que Washington virtualmente fechasse o canal de contrabando de petróleo no Golfo Pérsico.

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