Marcha da maconha reúne 250 pessoas em Ipanema

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Publicado Domingo, 06 de Maio de 2007 às 19:09, por: CdB

Cerca de 250 pessoas, de acordo com estimativa da Polícia Militar, participaram da Marcha da Maconha, que partiu no fim da tarde deste domingo da praia do Arpoador, no Rio.

Usando máscaras de políticos que já defenderam publicamente a legalização da maconha, como o governador Sérgio Cabral e o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), os manifestantes percorreram a orla de Ipanema. Cabral e Gabeira não compareceram à chamada Marcha da Maconha.

Em cerca de 200 cidades de 40 países ocorreram manifestações semelhantes, simultaneamente, segundo os organizadores. Na caminhada, uma das participantes, a professora Luciana Crespo, afirmou que a legalização acabaria com um cenário de hipocrisia social.

"A sociedade ganha a partir do momento em que ninguém mais fingiria não ver que existe o uso da maconha - com a legalização esse cenário mudaria", defendeu.

Já André Souza, morador de Ipanema, disse que passava pela praia na hora da caminhada e que é contra a descriminalização, pelo risco de os danos sociais serem ainda maiores. "Só com o álcool nossa sociedade já tem muitos problemas; se liberar outra droga, será pior ainda. O brasileiro não saberia como usar sem abusar", afirmou.

Em entrevista à Agência Brasil, Gabeira disse que embora manifestações como essa sejam legítimas dentro de um regime democrático, para que a descriminalização aconteça a polícia precisa, antes, estar mais bem preparada.

"A idéia não é a de "liberou geral".  Em todos os lugares, quando ocorre a liberação, a polícia tem um controle superior da situação. Para que a liberdade individual seja garantida, de a pessoa usar o seu corpo como quiser, é preciso que o Estado se prepare para isso. Não podemos correr o risco de tomar uma decisão rápida e não estar preparados para manter o equilíbrio, que já é tão precário nas cidades brasileiras", argumentou.

Segundo o deputado, a polícia precisa passar por um processo de aperfeiçoamento, para que seja capaz de examinar o que se passa nas áreas onde ocorre o consumo e para elaborar um plano de contenção para os setores que vivem do tráfico atualmente. De acordo com Gabeira, a partir da descriminalização, eles poderiam se deslocar para outras atividades criminosas.

O deputado citou os exemplos da Inglaterra, onde foram determinados bairros de tolerância ao uso da droga, e da Holanda, onde há locais específicos em que também se permite a utilização da maconha, mas que são monitoradas por um sistema de câmeras.

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