Mantega defende agregar valor à exportação para enfrentar globalização

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira que o Brasil deve aproveitar o momento positivo da exportação de produtos primários para estabelecer uma cadeia produtiva que agregue valor às vendas.

Mantega explicou que um dos objetivos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é capacitar o país para enfrentar o que chamou de globalização "sinocêntrica", em referência aos reflexos do crescimento da economia chinesa - que tem girado em torno de 10% ao ano.

Ao mesmo tempo em que a China é um desafio, é também uma oportunidade, avaliou o ministro. Um exemplo disso é o aumento da demanda por produtos primários, como ferro e soja, também chamados de commodities. São itens que o Brasil produz e são necessários para os chineses.

Quanto ao câmbio, o ministro disse que o real não está excessivamente valorizado frente ao dólar porque a moeda norte-americana está sofrendo um processo global de desvalorização.
 
- Não se pode ter saudades do câmbio de 2003, quando o dólar valia mais de R$ 3. A moeda era fraca porque a economia era fraca -, disse.

Mantega participou da abertura do 19º Forum Nacional, evento organizado pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso (1969-79) no auditório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio.

Ao proferir a palestra PAC e a Política Econômica do Governo, o ministro da Fazenda disse que uma das finalidades do programados é "despertar o instinto animal dos empresários". Em seguida, explicou que o termo não é uma ofensa, mas uma referência aos economistas Joseph Schumpeter e John Maynard Keynes (ambos nascidos em 1883), e significa que os empresários estão assumindo os desafios de novos investimentos para aumentar suas atividades produtivas.