Maior parte dos universitários de São Paulo e Brasília estuda e trabalha

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Publicado Terça, 06 de Novembro de 2012 às 13:05, por: CdB
Maior parte dos universitários de São Paulo e Brasília estuda e trabalha

O grupo, formado por 52% dos estudantes, é o que dedica menos tempo a atividades acadêmicas fora de sala de aula: 44,7% deles estudam até cinco horas semanais

Por: Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual

Publicado em 06/11/2012, 15:13

Última atualização às 17:03

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São Paulo – Mais da metade (52%) dos estudantes universitários de São Paulo e de Brasília estudam e trabalham ao mesmo tempo. Os membros desse grupo são os que menos se dedicam às atividades acadêmicas fora da sala de aula, sendo que deles 44,7% estudam até cinco horas semanais e 32,6%, de seis a dez horas por semana.

É o que mostra o Estudo Comparado sobre a Juventude Brasileira e Chinesa, lançado hoje (6) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Foram ouvidos universitários de até 24 anos de duas universidades públicas e quatro particulares de São Paulo e Brasília. A rodada chinesa respeitará a mesma faixa etária e analisará estudantes de Xangai e Pequim, respeitando o critério de selecionar um polo industrial e a capital do país.

Os estudantes que estão desempregados também dedicam pouco tempo ao estudo fora da aula: 34,9% estudam até cinco horas semanais. “O percentual mais baixo para quem utiliza mais de 26 horas por semana com estudos fora da sala de aula está entre os que trabalham (1,9%) e os que procuram uma ocupação remunerada (2,3%)”, aponta o texto.

A maior parte dos estudantes que se dedicam mais de 26 horas semanais ao estudo fora da aula pertence ao grupo dos que trabalham de forma não remunerada (11%) ou dos que não trabalham (5,8%). O estudo revela, ainda, que os estudantes de escolas públicas são os que dedicam mais tempo ao estudo.

Satisfação e escolaridade

A maioria dos estudantes analisados (82,8%) afirmou que não trocaria de curso. Ao todo, 74,1% informaram que o curso que estudam foi a primeira opção no vestibular, e 64,3% deles se disseram satisfeitos com a escolha. 

O relatório revela que há uma relação diretamente proporcional entre o nível de escolaridade do pai e da mãe e o acesso do jovem à universidade. Ao todo, 64,6% dos estudantes tinham pelo menos um dos pais que chegou ao ensino superior e, deles, 35,9% tinham pai e mãe com formação universitária. 

Isso mostra, de acordo com o estudo, uma relação desigual no acesso ao ensino superior. De acordo com o Censo Demográfico de 2010, a maioria da população brasileira com mais de 25 anos está no grupo dos sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (49,3%). Na sequência vem o grupo das pessoas com ensino médio completo ou superior incompleto (24,6%) e com superior completo (11,3%).

“O percentual de jovens brasileiros que estão na universidade, mesmo sendo filhos de pais que não alcançaram este nível de ensino, revela a importância que tem assumido a continuidade de estudos após a educação básica, por diferentes camadas da sociedade brasileira. Muito provavelmente, estes jovens são os primeiros em suas famílias a chegar à universidade, o que caracteriza claramente o processo de ascensão educacional desta geração com relação às gerações antecedentes”, aponta o texto.

O estudo completo, com a comparação entre os universitários chineses e brasileiros, deve ser lançado no segundo semestre de 2013, quando ocorrerá um seminário no Brasil sobre o tema.

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