Lula reúne ministros com agenda ambiental para Conferência da ONU

Arquivado em:
Publicado Terça, 13 de Outubro de 2009 às 07:23, por: CdB

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com ministros, nesta terça-feira, para discutir a posição brasileira que será levada à Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, marcada para dezembro, em Copenhague (Dinamarca). O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defenderá o plano ambicioso de redução obrigatória de 80% do desmatamento e de 40% das emissões de dióxido de carbono em relação a 1990, até 2020. A regra valeria para todos os países, independentemente do grau de desenvolvimento. - Se fizermos o nosso dever de casa, teremos uma posição forte. O Brasil vai colocar as cartas na mesa - disse.

Na última sexta-feira, representantes de aproximadamente 190 países encerraram encontro, na Tailândia, sem grandes avanços na consolidação de um acordo para complementar o Protocolo de Kyoto, a partir de 2012. Um dos principais entraves é uma nova meta de emissão de carbono para os países desenvolvidos. O protocolo é um acordo que estipula metas de redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa.

Para os cientistas, as nações industrializadas precisam, nos próximos dez anos, reduzir as suas emissões entre 25% e 40% em relação aos níveis de 1990 com o objetivo de evitar uma elevação de 2 graus Celsius na temperatura do planeta. No entanto, o percentual mais cogitado não ultrapassa os 23%. Mesmo diante da falta de acordo na Tailândia, Minc acredita que o cenário será outro em Copenhague, pois os países estariam guardando 'cartas no bolso do colete' para as futuras negociações.

No programa de rádio semanal Café com o Presidente, na véspera, o presidente Lula voltou a defender a medição de quanto cada país emite de carbono e que os países sejam responsabilizados.

– Porque, aí, você vai responsabilizar cada país pelo estrago que ele fez e acabar com essa discussão genérica, em que todo mundo quer ser tratado em igualdade de condições. Nós queremos que os outros países assumam a responsabilidade – disse no programa.

Além de Minc, participaram da reunião com Lula os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.

Na manhã seguinte, Minc falará à comissão especial da Câmara dos Deputados, criada para analisar os projetos de lei do Fundo Social do pré-sal. Ele foi convidado junto com o presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, Israel Klabin e o dirigente da FF Consultores, especializada em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Fábio Feldmann. O objetivo do debate é discutir o impacto do fundo social, que será criado com parte dos recursos da exploração de petróleo na camada pré-sal, na área de meio ambiente. A comissão analisa os projetos de lei do deputado Pedro Eugênio (PT-PE) e do Executivo. A audiência foi marcada para as 14h30.

Sugestões

Ainda nesta terça-feira, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) lançou o Caderno Nacional Transporte e Mudanças Climáticas, com as sugestões do setor para a redução das emissões de gases de efeito estufa. A apresentação aconteceu durante a reunião Diálogos Setoriais: Contribuições à Construção da Posição Brasileira à COP 15, na sede da CNT.

Também foi entregue ao Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) um documento com o posicionamento oficial do setor em relação ao tema. No documento, está uma síntese das medidas que podem contribuir para a atuação da delegação brasileira na COP 15 (Conferência das Partes) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, marcada para o início de dezembro, em Copenhague (Dinamarca).

O Caderno Nacional Transporte e Mudanças Climáticas foi elaborado em parceria com o Centro de Transporte Sustentável do Brasil (CTS-Brasil) e o apoio da Embaixada Britânica. A entrega do documento será feita ao secretário executivo do FBMC, Luiz Pinguelli.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo