Lula nega 'indulto' a radicais do PT e admite reeleição na TV

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Publicado Quarta, 26 de Novembro de 2003 às 19:47, por: CdB

No dia em que o governo conseguiu aprovar em primeiro turno a reforma da Previdência no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não dará "indulto" a nenhum dos parlamentares do PT que votaram contra a proposta.

Em entrevista à TV Bandeirantes, que deve ir ao ar na íntegra no próximo domingo, Lula disse que a rebeldia dos petistas é uma questão do partido, mas ressaltou que não cabe ao presidente da República conceder o perdão a cada um dos chamados radicais do PT.

Durante a entrevista, o presidente também admitiu que pode se candidatar à reeleição em 2006. Lula disse que vai trabalhar para ficar o maior tempo possível no governo.

- É muito cedo para a gente falar em quanto tempo nós queremos. Nós vamos trabalhar para ficar o maior tempo possível. Não sou (candidato à reeleição). Também não vou dizer que não sou - enfatizou.

O presidente garantiu que vai trabalhar para conseguir executar em quatro anos "as coisas" em que sempre acreditou e pelas quais brigou ao longo de sua vida. Mas admitiu que alguns projetos demoram mais que quatro anos para serem colocados em prática.

- Tem coisa que leva dez anos, 15 anos para fazer. Mas, acho que esse projeto pode ser construído pelo teu partido, por uma aliança política, que não precisa ser o seu próprio partido - ressaltou.

O presidente fez uma referência especial à senadora Heloísa Helena (PT-AL), que nesta quarta-feira chegou às lágrimas no plenário do Senado ao anunciar que votaria contra a reforma.

- Eu tenho uma relação histórica com a Heloísa Helena, tenho um profundo respeito por ela. Agora, vamos saber historicamente quem está certo e quem está errado. Eu acho que ela tem liberdade de tomar a decisão dela, não é um problema meu, é um problema do partido. Mas, se entrou em um partido político, tem regras para ela e para mim - enfatizou.

Lula também tranqüilizou os peemedebistas que ajudaram o governo a aprovar a reforma tanto na Câmara como no Senado. Segundo o presidente, o PMDB sabia desde o início que só integraria o primeiro escalão do governo depois da aprovação das reformas.

- Eu me reuni com a direção do PMDB e disse: vocês vão para o governo, vamos aguardar votar a reforma, porque não me interessa fazer nada precipitado que passe para a sociedade a idéia do fisiologismo. Não é bom para o PMDB, não é bom para o governo e não é bom para ninguém.

O presidente deixou claro que a reforma ministerial será realizada sem precipitações e sem o anúncio antecipado de quem deixa ou permanece em determinada pasta.

- Você, quando avisa que vai tirar um ministro com muita antecedência, cria um embaraço muito grande para o funcionamento do próprio ministério dele. E, se você anuncia alguém com muita antecedência, pode criar uma ciumeira tal que, em vez de ajudar, te atrapalha. Então, eu sou da época em que a gente fazia acordos téte-a-téte. Você não precisava ter um documento - desabafou.

Sobre a proposta de redução da maioridade penal no país, o presidente admitiu ser contrário à mudança. Segundo Lula, a redução não é uma solução mágica para o problema da violência.

- Cada vez que acontece um crime desses, que choca a população, começam a apresentar soluções mágicas. Não tem solução mágica. Não tem. A pena de morte não é solução mágica, não foi em nenhum país onde ela foi criada, a redução da idade não é solução mágica - disse.

Na avaliação de Lula, pode ser feita uma revisão no Estatuto da Criança e do Adolescente com o objetivo de punir de maneira mais rígida os menores que praticam graves delitos.

- Tudo o que é feito nesse país de legislação pode ser revisto de tempos em tempos. Eu acho que o jovem que cometeu um delito merece um tipo de punidade. Agora, um jovem que matou um, matou outro, aí já merece que haja uma punição maior. Eu acho que podemos fazer a revisão necessária. Eu sou um homem q

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