Londres simula ataque terrorista e se prepara para guerra

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Publicado Quinta, 06 de Março de 2003 às 06:06, por: CdB

A capital britânica prepara-se para realizar no próximo dia 23 a sua maior simulação de um ataque terrorista com armas químicas. Diante da cada vez mais provável ofensiva militar contra o Iraque, as autoridades decidiram intensificar os preparativos para uma eventual ação terrorista. Analistas consideram como "muito provável" a ocorrência de um ataque contra Londres nos próximos meses. Entre os alvos mais prováveis, o metrô londrino é o principal. E a estação de metrô de Bank, localizada no coração da City - centro financeiro da cidade - e anexa ao Banco da Inglaterra, é umas que registram diariamente o trânsito de maior número de pessoas. A estação possui dez plataformas de embarque, com túneis cuja extensão somada é de cerca de 1.600 metros. No dia 23, um domingo, centenas de bombeiros, equipes médicas e policiais serão convocados a comparecer na estação de Bank. Além disso, cerca de cem voluntários vão "atuar" como vítimas. Os hospitais da região irão trabalhar em regime de emergência. Para tentar manter a simulação próxima à uma situação real, ninguém será informado com antecedência sobre a natureza do ataque, se químico, biológico ou com uma "bomba suja", que é um explosivo convencional empacotado com material radioativo. Mas, segundo a imprensa britânica, deverá se tratar de uma simulação de um ataque com armas químicas. Durante o evento, haverá uma evacuação em massa do metro na área afetada. A rotina nas ruas ao redor de Bank também será alterada. As ruas serão fechadas e os trens não irão parar na estação. Segundo as autoridades, diante da movimentação nas ruas, a população precisa ser avisada do que estará acontecendo com antecedência para que seja evitado o pânico. Aos domingos, o movimento nas cercanias de Bank é reduzido mas a simulação deverá atrair muitos curiosos. Escritórios clones Enquanto as autoridades procuram acelerar os seus preparativos para um eventual ataque terrorista, grandes empresas e bancos sediados em Londres também já finalizaram planos emergenciais, que incluem o fortalecimento dos esquemas de evacuação dos seus edifícios e treinamento de funcionários para o caso de ataques com armas biológicas, químicas ou nucleares. Vários bancos vêm mantendo "escritórios clones" em locais distantes de suas sedes para o caso atentados que paralisem seus negócios. Nesses locais, há uma estrutura básica para a manutenção das atividades básicas desses bancos, com sistemas de computadores e bancos de dados. Bunker desmontável Em meio a esse clima de temor e preparativos para uma eventual ação terrorista, uma siderúrgica britânica, Corus, lançou no mercado um abrigo que pode ser montado em apenas dez horas com ferramentas básicas e, segundo a empresa, protege contra explosões tendo sido, inclusive, testado pelo exército britânico. As paredes dos abrigos Surefast são feitas de duas placas de aço, separadas por uma camada de concreto. Um dos criadores do Surefast, o engenheiro Jurek Tolloczko, comparou o bunker a um conjunto de peças Lego. A Corus afirma que está produzindo o Surefast para responder "às ameaças crescentes com o terrorismo". Segundo a empresa, o abrigo é ideal para centro de comando e de controle, sedes de empresas e residências. A iniciativa, no entanto, gerou críticas de que a empresa esteja tentando capitalizar com o crescente nervosismo da população. Segundo Tolloczko, no entanto, o projeto de criação de um material resistente foi iniciado há mais de dez anos e visava aumentar a segurança em plataformas petrolíferas. Cada Surefast custa cerca de R$ 600 mil.

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