Agentes dos serviços secretos da Grã-Bretanha caçam terroristas muçulmanos suspeitos de planejar ataques contra vôos da British Airways que teriam em mãos passaportes legítimos americanos, britânicos e de outros países europeus - na tentativa de driblar a segurança de aeroportos.
Fontes do governo disseram ao jornal britânico "The Observer" que o cancelamento dos vôos da British semana passada para Washington e Riad, na Arábia Saudita, foi deflagrado pelo temor de que terroristas com "identidades falsas limpas" estivessem planejando atentados no feriado de Ano Novo.
O alerta foi detonado em meio a novas provas de que grupos radicais islâmicos estão recrutando terroristas suicidas na Grã-Bretanha e na Europa, para operações contra os EUA e seus aliados no Iraque e contra alvos domésticos.
Comunicações interceptadas por uma agência de inteligência ocidental - às quais o "Observer" teve acesso - revelam que os radicais vêem Londres como centro-chave para obter financiamento e novos recrutas.
Apesar de fontes do governo negarem com veemência que donos de passaportes britânicos fossem suspeitos das ameaças contra a British Airways, conversas por telefone interceptadas mostraram que as células terroristas têm como alvo "estrangeiros bem educados, britânicos entre eles".
Num dos telefonemas, um terrorista não identificado diz a um colega: "Precisamos de estrangeiros. Temos albaneses, suíços e ingleses. O importante é que eles tenham alto nível cultural, empresários, professores, engenheiros, médicos e professores".
O foco em estrangeiros com nível superior era uma marca dos campos de treinamento da Al-Qaeda no Afeganistão - que tem uma política rigorosa de seleção de seus "estudantes".
O alto alerta na aviação internacional aumentou ainda mais no sábado, com a queda de um avião egício que sobrevoava o balneário de Sharm-el-Shekh, no Mar Vermelho, rumo a Paris, com 148 pessoas a bordo. Todos morreram. Apesar de terrorismo ter sido descartado como causa da queda - as autoridades afirmam que houve uma falha mecânica - a queda chocou a indústria aérea num tempo de temores altos sobre segurança de vôo.
Analistas acreditam que integrantes da rede Al-Qaeda e de outros grupos radicais tenham aumentado seus esforços nos últimos 12 meses para recrutar estrangeiros mais capazes de penetrar o sistema de segurança em aeroportos, implementado desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
Rio de Janeiro, Sexta, 19 de Abril de 2024
Londres caça terroristas em aviões
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Publicado Domingo, 04 de Janeiro de 2004 às 08:51, por: CdB
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