Lojistas de shoppings no Rio estão apreensivos com vendas em 2004

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Publicado Terça, 06 de Janeiro de 2004 às 12:42, por: CdB

Os lojistas de shoppings centers mantêm uma expectativa conservadora em relação ao faturamento do setor neste ano, tendo em vista a queda de vendas reais (descontado o impacto inflacionário) em torno de 6% registrada no final do ano, em comparação a igual período de 2002.

O diretor-executivo da Associação de Lojistas de Shoppings Centers do Estado do Rio de Janeiro (Aloserj), Gilberto Catran, disse que esse comportamento fraco de vendas está determinando uma antecipação da liquidação de verão que tradicionalmente acontece mais adiante, ao final da estação.

- Você tem muito lojista ainda estocado, isto é, com estoques altos. Então ele está procurando circular esse estoque para poder pagar seus compromissos, inclusive o próprio custo de locação do shopping center, que é extremamente elevado - explicou.

Catran atribuiu o fraco desempenho do setor no ano passado à recessão econômica que tornou o exercício bastante difícil para todo o comércio varejista. A principal causa foi a queda do poder aquisitivo da população, que determinou o resultado das vendas durante o ano e no período natalino.

Como se trata de um mercado heterogêneo, Gilberto Catran afirmou que há lojistas com estoques mais baixos que oferecerão descontos menores durante a liquidação pós-festas. Já as lojas mais estocadas tendem a oferecer descontos maiores, de até 70%, para fazer girar a mercadoria, além de gerar recursos para o pagamento dos aluguéis.

Para 2004, reafirmou que a tendência é conservadora, apesar das notícias de recuperação do nível de emprego na indústria, principalmente em São Paulo, porque o processo de retorno desses trabalhadores ao mercado consumidor, readquirindo seu poder aquisitivo, exige um tempo de maturação. Catran acredita que alguma melhoria nas vendas ocorrerá no segundo semestre, se forem mantidas as condições econômicas atuais no país.

Revelou, ainda, que a situação dos lojistas não só do Rio de Janeiro, mas de todo o Brasil, é bastante delicada. - Em alguns casos, o custo de locação dos shoppings centers, incluindo aluguéis, encargos condominiais e custos de promoção, chega a atingir até 25% ou 30% do faturamento, número extremamente elevado e que determina uma transferência, ou seja, uma rotatividade muito grande das lojas nos shoppings que já estão desenvolvidos e um número grande de lojas vazias nos shoppings que não estão maturados. Tem acontecido uma transferência significativa de renda do lojista, que normalmente é comerciante e faz parte da classe média, para alguns grupos proprietários dos shoppings centers - analisou o diretor executivo da Aloserj.

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