O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reafirmou nesta quinta-feira que o Brasil não corre o risco de enfrentar novo desabastecimento de energia como o apagão ocorrido em 2001. Em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, ele ressaltou que as quedas no fornecimento durante curto espaço de tempo são comuns “em qualquer parte do mundo”.
– A crise energética vivida em 2001, quando houve necessidade de racionamento, é coisa do passado –, destacou Lobão, ao lembrar que o Brasil tem hoje em construção 80 hidrelétricas e termelétricas.
– É uma garantia para o fornecimento de energia elétrica nos próximos anos, além do sistema já que já temos instalado.
Entre as principais obras, o ministro citou a Usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), que será a terceira maior hidrelétrica do mundo e a segunda maior do Brasil, depois de Itaipu. Segundo Lobão, o governo trabalha para reduzir os custos do empreendimento. Inicialmente a obra foi orçada em R$ 16 bilhões, mas houve necessidade de refazer os cálculos.
Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) receberam estudos baseados em ponderações feitas pelas empresas construtoras e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que discutiram o assunto com o ministro há 15 dias. A estimativa é que o orçamento fique próximo a R$ 20 bilhões, o que ainda será determinado pelo tribunal.
O novo cálculo levou em conta ponderações sobre as necessidades estruturais do canteiro de obras de Belo Monte, além do custo para a construção de vias de acesso e do atendimento de exigências do Ministério do Meio Ambiente.
Lobão destacou que o Brasil tem atualmente capacidade instalada para gerar 110 mil megawatts de energia, "um dos maiores estoques do mundo".