Limpeza pós-Sandy se acelera nos EUA; Obama retoma campanha

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Publicado Quinta, 01 de Novembro de 2012 às 05:16, por: CdB

Limpeza pós-Sandy se acelera nos EUA; Obama retoma campanha

NOVA YORK, 1 Nov (Reuters) - O presidente dos EUA, Barack Obama, retoma nesta quinta-feira a campanha pela reeleição, após pausa provocada pela pior tempestade em várias gerações na Costa Leste dos Estados Unidos, enquanto as equipes de emergência lutam para chegar às áreas mais atingidas e para restaurar o fornecimento de energia a milhões de usuários.

Em vários pontos do Nordeste do país, proprietários voltaram pela primeira vez aos seus imóveis devastados por incêndios e inundações. As primeiras estimativas são de um custo de até 15 bilhões de dólares para as seguradoras.

Pelo menos 64 pessoas morreram nos EUA com a passagem da super tempestade Sandy, que chegou à costa na noite de segunda-feira, depois de causar estragos no Caribe. As autoridades dizem que a contagem de mortos ainda pode subir, conforme equipes de resgate fazem uma varredura casa a casa em cidades costeiras.

Após um hiato de três dias, Obama retoma os compromissos eleitorais, impulsionado pelos retumbantes elogios à sua liderança feitos pelo governador republicano de Nova Jersey, Chris Christie, que sempre foi um dos seus maiores críticos.

O democrata, que aparece tecnicamente empatado com o republicano Mitt Romney nas pesquisas, passará dois dias percorrendo os estratégicos Estados de Colorado, Ohio e Nevada, enquanto seu rival irá à Virgínia. A eleição é na próxima terça-feira.

Na quarta-feira, a bordo do helicóptero presidencial, Obama sobrevoou áreas devastadas de Nova Jersey, na companhia de Christie. "O país inteiro está assistindo. Todo mundo sabe quão duramente Jersey foi atingida", disse Obama a desabrigados em um alojamento na localidade de Brigantine.

Em Nova York, muitos serviços ferroviários seguem paralisados, e mais de metade dos postos de gasolina na cidade e na vizinha Nova Jersey estão fechados por causa da falta de energia ou do esgotamento dos seus estoques. Nos que abriram, havia longas filas.

"COMO O AFEGANISTÃO"

Sandy surgiu como uma tempestade tropical tardia no Caribe, onde matou 69 pessoas, antes de atingir a costa dos EUA nos arredores de Atlantic City, na noite de segunda-feira, com ventos de 130 km/h. A tempestade se estendia das Carolinas a Connecticut, e foi a mais extensa a atingir os EUA em várias décadas.

As cidades litorâneas do Estado de Nova Jersey foram as mais atingidas, mas o estrago foi grande também em partes de Nova York.

A polícia disse na quinta-feira que pelo menos 34 pessoas foram mortas em Nova York, sendo 15 em Staten Island, 9 no Queens, 7 no Brooklyn e 3 em Manhattan. No bairro de Breezy Point, 111 casas foram destruídas num incêndio.

"Onde o fogo aconteceu, você poderia honestamente tirar uma foto e dizer que era em algum lugar como o Oriente Médio, como o Afeganistão, e ninguém duvidaria", disse Matthew Gessler, que foi ao local inspecionar os danos na casa da sua mãe.

O metrô de Nova York retomou parcialmente suas operações na quarta-feira, mas quatro dos sete túneis do sistema sob o rio East permanecem fechados, e não há trens circulando em Manhattan ao sul da rua 34, onde também ainda falta energia.

As viagens de metrô estão sendo gratuitas, porque as autoridades estimulam o uso de transportes coletivos, em vez do carro. Depois de um grande congestionamento na quarta-feira, a prefeitura e o governo estadual determinaram que carros particulares só podem entrar em Nova York se tiverem pelo menos três ocupantes.

A bolsa de Nova York, que desde 1888 não passava dois dias fechada por motivos de incidentes climáticos, reabriu na quarta-feira, com a ajuda de geradores. O índice futuro S&P500 operava em ligeira baixa antes da abertura do mercado na quinta-feira.

Os aeroportos Kennedy, em NY, e Newark, em NJ, reabriram com operações limitadas na quarta-feira. O LaGuardia, terceiro grande aeroporto metropolitano da região, deve reabrir na quinta-feira, também com serviços limitados.

(Reportagem adicional de Michael Erman, Anna Louie Sussman, Atossa Abrahamian, Chris Michaud, John McCrank e Scott DiSavino, em Nova York; Susan Heavey, em Washington; Ian Simpson, em Virginia Ocidental; e Mark Felsenthal em Atlantic City, Nova Jersey)


Reuters

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