Os líderes da Comunidade do Caribe (Caricom) advogaram, nesta quarta-feira, pela união para enfrentar os desafios econômicos da região na inauguração de sua XXIV cúpula, que coincide com o 30 aniversário da organização.
Os presidentes do Chile, Ricardo Lagos, e da África do Sul, Thabo Mbeki, compareceram como convidados especiais desta cúpula, que acontece na localidade turística jamaicana de Montego Bay, a segunda cidade em importância do país, no noroeste da ilha.
A cerimônia oficial de inauguração, presidida pela governadora geral da Jamaica, Lady Cooke, foi aberta com a chegada à sala da chamada “tocha da união”, que foi entregue ao primeiro-ministro da Jamaica, Percival Patterson, pelo campeão mundial juvenil de sprint, o jamaicano Usain Bolt.
A tocha foi acesa em 14 de fevereiro na reunião de meio ano dos líderes caribenhos e percorreu desde então os quinze estados membros até chegar à Jamaica.
O secretário-geral da Caricom, Edwin Carrington, cumprimentou estes 30 anos de existência do grupo e lembrou que é o mais antigo movimento de integração existente em países em vias de desenvolvimento.
Além disso, advertiu sobre a necessidade de tornar realidade o estabelecimento de um mercado único na data prevista, em 2005.
O presidente em fim de mandato da organização caribenha, o primeiro-ministro de Dominica, Pierre Charles, marcou em parte a agenda das reuniões ao chamar a atenção sobre a vulnerabilidade das economias da área, cujo importante setor turístico se viu atingido depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA.
Charles lembrou também que a Caricom mantém atualmente importantes negociações econômicas com outros blocos internacionais, “que devem ser feitas em profundidade”.
– A violência, as drogas e as armas põem também em perigo o desenvolvimento da região – já que afastam os investimentos necessários para o desenvolvimento econômico, disse o primeiro-ministro de Dominica.
Patterson, que durante os próximos seis meses ostentará a Presidência rotativa da Caricom, pediu para “definir nesta cúpula novas direções para a organização”.
Ele também solicitou diversificar a agricultura para evitar crise como a derivada em vários países membros pelas restrições às importações impostas por alguns blocos econômicos, como a UE no caso da bananeira.
Por sua vez, o presidente da África do sul e presidente da recém-criada União Africana, assinalou que dentro de dez meses seu país comemora o décimo aniversário do fim do colonialismo e do “apartheid”, o que contou com a colaboração dos povos do Caribe.
Mbeki, que finaliza nesta quinta sua visita de quatro dias à Jamaica, pediu a união dos povos da África e do Caribe para lutar pela emancipação e a prosperidade destas duas regiões.