Publicado Quarta, 04 de Abril de 2012 às 08:51, por: CdB
Os dez militares e policiais que foram libertados na segunda-feira pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) relataram os maus-tratos aos quais foram submetidos durante o cativeiro e expuseram uma fracassada tentativa de fuga que por pouco não custou a vida de alguns deles. “Todos os dias nossas vidas corriam perigo”, afirmou o policial Wilson Rojas Medina em entrevista à imprensa em Bogotá, onde se encontra junto com os outros libertados.
Em uma ocasião, Rojas, se salvou junto com outros três sequestrados de morrer vítima de um raio que matou o guerrilheiro que atuava como carcereiro. Além disso, estes militares e policiais enfrentaram ameaças e maus-tratos, e também o assédio das forças de segurança, que nunca descartaram a possibilidade do resgate.
- Estivemos acorrentados por longos oito anos (...), e mais, acorrentados por casais, 24 horas do dia, em algumas ocasiões estivemos acorrentados pelos pés, e em outras pelas mãos - denunciou Luis Alberto Arcia, sargento do Exército Nacional, também aos jornalistas.
Arcia, que ficou mais de 14 anos no cativeiro, lembrou que as Farc sempre tiveram esperança sobre o resgate, situação na qual não permitiriam que os cativos saíssem com vida.
Jorge Trujillo Solarte e José Libardo Forero, em uma noite chuvosa escaparam dos rebeldes e permaneceram em fuga durante um mês. “Nesse dia renunciamos à vida, tínhamos que sair, viver ou morrer, e saímos', disse Solarte, enquanto seu companheiro Forero afirmou: 'Pedia a Deus que me desse algo para iluminar e apareceu um vaga-lume; o Senhor tinha nos indicado e a partir daí sobrevivemos com sete pacotes de bolachas e duas broas'.
Relatórios médicos emitidos pelos hospitais da Polícia e do Exército sobre situação de saúde dos policiais comprovaram que eles estão aptos a continuar no serviço ativo da Polícia Nacional. Os relatórios disseram que os libertados estão 'estáveis' e apresentam 'boas condições gerais e mentais'.
A subdiretora do Hospital Militar, coronel Clara Galvis, detalhou que os ex-sequestrados “estão em fase de adaptação, pois vêm de um estresse de muitos anos, de estar fora de sua realidade, de sua família”.
- Estão estáveis, estão se adaptando a esta nova realidade - acrescentou, para admitir que a ênfase no atendimento destes ex-sequestrados é na saúde mental.
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