Publicado Sábado, 18 de Junho de 2016 às 13:27, por: CdB
Expoente do governo Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, cobrou o rápido encerramento da Lava Jato
Por Redação - de Brasília e São Paulo
A Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), tem sido alvo de políticos e integrantes do governo golpista, em curso no país. Tanto advogados, ministros afastados após a divulgação de gravações clandestinas de Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro (braço operacional da estatal Petrobras) quanto atuais executivos da atual gestão, como o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, não poupam críticas à atuação da Vara Federal do Paraná, sob o comando do juiz Sergio Moro.
O ministro Eliseu Padilha disse que Operação Lava Jato tem que acabar logo
Nesta manhã, o advogado com 20 clientes com delações premiadas em curso Figueiredo Basto censurou a ação policial.
— Passou da hora de o chefe do Executivo se portar de maneira firme e não se preocupar em agradar quem quer que seja no âmbito da Lava Jato. A operação é fundamental para esclarecer crimes. Mas uma coisa é investigar corruptos, outra é influenciar a atividade política do Estado. Política é competência do Legislativo e do Executivo. Hoje o Brasil está imobilizado por falta de coragem de enfrentamento — afirmou, em entrevista a um diário conservador paulistano.
Perguntado se o governo estaria a reboque da Lava Jato, Basto afirmou que “está refém da opinião pública e da operação”.
— O governante tem que bancar seus atos e trabalhar com quem confia. Não pode ficar à mercê de um órgão ou do que é divulgado na imprensa para escolher quem estará ao seu lado. O mais importante é ter gente competente para trazer governabilidade ao país — continuou.
Lava Jato em pauta
Expoente do governo Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, cobrou o rápido encerramento da Lava Jato. Padilha acredita ser necessária a “sensibilidade” dos agentes federais neste momento, e uma “definição final” das investigações para evitar “efeitos deletérios”. Declaração foi feita após queda de 3º ministro de Temer, nesta quinta-feira.
Durante reunião, na capital paulista, nesta quinta-feira, Padilha disse que torcia para a força-tarefa da Operação Lava Jato ter “sensibilidade” para saber o momento de “caminhar para uma definição final”. O ministro fez a afirmação um dia depois de divulgados os depoimentos de Machado, que envolve mais de 20 políticos, entre eles, o presidente interino Michel Temer (PMDB).
Segundo Padilha, a “sinalização” de que a Lava Jato avança para o seu encerramento é necessária para evitar “efeitos deletérios”. Na véspera, o governo Temer sofreu sua terceira defecção no ministério em decorrência de revelações da operação que investiga o esquema de corrupção na Petrobras. Depois de Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência), nessa quinta-feira foi a vez de Henrique Eduardo Alves (Turismo) pedir demissão.
— Tenho certeza de que os principais agentes da Lava Jato terão a sensibilidade para saber o momento em que eles deverão aprofundar ao extremo e também de eles caminharem rumo a uma definição final. Isso tem que ser sinalizado, porque vimos na Itália, onde não houve essa sinalização, e tiveram, depois do grande benefício que veio, efeitos deletérios que nós não podemos correr o risco aqui — afirmou Padilha.
O ministro da Casa Civil afirmou, ainda, que pelo desgaste das investigações, o candidato favorito ao Planalto em 2018 tende a ser um nome pouco conhecido da população em geral.
— Penso que a eleição de 2018 será para alguém que ainda não está no cenário político, alguém que não é uma figura conhecida — concluiu.
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