Lava Jato: MPF denuncia 11pessoas por desvio de verbas

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Publicado Quarta, 10 de Agosto de 2016 às 08:11, por: CdB

Na denúncia oferecida à Justiça, o MPF esclarece que a Andrade Gutierrez está colaborando com as investigações e já apresentou provas da materialidade dos crimes

Por Redação, com ABr - de Brasília/São Paulo:   O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta quarta-feira 11 pessoas à 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro por crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Eles são acusados pelo MPF de usar empresas de fachada para emitir notas fiscais frias a grandes construtoras, como a Andrade Gutierrez, durante as obras dos estádios da Copa do Mundo de 2014, da Ferrovia Norte-Sul e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
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Eles são acusados pelo MPF de usar empresas de fachada para emitir notas fiscais frias a grandes construtoras
Um dos denunciados pelo MPF, Samir Assad foi preso nesta manhã por agentes da Polícia Federal, como parte da Operação Irmandade, comandada pelos procuradores da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. Ele é acusado de 223 crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, além de organização criminosa. Os agentes da Operação Irmandade cumpriram ainda um mandado de busca e apreensão, em São Paulo. A Operação Irmandade é um desdobramento da Operação Pripyat, em que foi investigado desvio milionário nas obras de Angra 3 da Eletronuclear. Samir é irmão de Adir Assad, que já estava preso e também foi denunciado. Os dois são acusados de chefiar o núcleo financeiro operacional responsável pelas empresas de fachada responsáveis pelo repasse das verbas indevidas para a Andrade Gutierrez.

Denunciados

Outros denunciados foram Marcelo Abbud, que já havia sido preso junto com Adir Assad, e Mauro Abbud. De acordo com o MPF, as empresas Legend Engenheiros Associados, SP Terraplenagem, JSM Engenharia e Terraplenagem e Alpha Taxi Aéreo Ltda usaram recibos falsos para abastecer o caixa 2 da Andrade Gutierrez em mais de R$ 176 milhões. Também foram denunciados Sandra Branco Malagó, Sonia Malagó e Raul Tadeu Figueroa, acusados de ajudar na lavagem de dinheiro, assinando contratos e recibos falsos pelas empresas de fachada. Os ex-executivos da Andrade Gutierrez Rogério Nora de Sá, Clóvis Renato Numa Peixoto Primo, Flávio David Barra e Gustavo Ribeiro de Andrade Botelho também foram denunciados. Na denúncia oferecida à Justiça, o MPF esclarece que a Andrade Gutierrez está colaborando com as investigações e já apresentou provas da materialidade dos crimes.

Liberdade empresário

O juiz Federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, decidiu colocar em liberdade o executivo Marcos Pereira Reis. Ele era ligado ao consórcio Quip e teve a prisão decretada na 33ª fase da Lava Jato. O consórcio tinha participação majoritária da Queiroz Galvão, empresa-alvo da operação. No despacho, com data de terça-feira, Moro afirma que a prisão temporária de Reis venceria nesta terça-feira e que a Polícia Federal alegou não ver necessidade de manter a prisão. “Considerando que o investigado se apresentou e teria, ademais, papel subordinado no suposto esquema criminoso, é o caso de colocá-lo em liberdade”, diz a decisão do juiz. No texto, Moro registra ainda que Reis está submetido à investigação e pelo fato de o executivo ter “conexões com o exterior”, o juiz determinou medidas que devem ser cumpridas. Uma dessas medidas é o comparecimento aos atos que tiverem relação com o processo. Ele terá também prazo de três dias para entregar todos os passaportes que tiver e não poderá deixar o país. O juiz determinou ainda que a Delegacia de Fronteira seja informada da decisão e comunicada sobre a proibição de emitir novos passaportes para o investigado. Operação Reis teve o mandado de prisão temporária expedido na 33ª fase da Operação Lava Jato, denominada Resta Um. Como estava fora do país no dia em que a operação foi deflagrada, se entregou dias depois à Polícia Federal em Curitiba. O executivo havia informado às autoridades que iria se entregar e que estava providenciando o retorno ao Brasil. A 33ª fase da Lava Jato teve como foco irregularidades cometidas pela Construtora Queiroz Galvão, a terceira em volume de contratos com a Petrobras. A Resta Um tem por objetivo investigar contratos para obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e nas refinarias de Abreu e Lima (PE), do Vale do Paraíba (SP), na Landulpho Alves (BA) e Duque de Caxias (RJ).

Grupo de comunicação em Marília

A Polícia Federal deflagrou nesta manhã uma operação que investiga irregularidades em grupo de comunicação em Marília, no Estado de São Paulo. Com apoio da Procuradoria Regional da República e da Agência Nacional de Telecomunicações, a Operação Miragem cumpre 21 mandados de busca e apreensão e 5 de prisão preventiva. Os acusados são investigados por irregularidades na exploração de serviços de radiodifusão, tais como falta de concessão, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. A operação busca, ainda, a identidade dos proprietários da emissora e a suspeita é de que sejam parlamentares. Há, também, indícios de desvio de dinheiro por intermédio de uma de empresa já investigada no âmbito da Operação Lava-Jato. Se acusados, os suspeitos responderão por associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, desenvolvimento clandestino de atividade de telecomunicação, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. As informações são da Polícia Federal.
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