O ex-presidente Carlos Menem afirmou na noite desta segunda-feira que seu adversário no segundo turno das eleições presidenciais, Néstor Kirchner, provocará conflitos com os militares com a promessa de eliminar as leis de anistia envolvendo a última ditadura (1976-1983). - Kirchner fez um pacto com (a ex-candidata presidencial de esquerda) Elisa Carrió para anular as leis de Obediência Devida e Ponto Final, o que vai gerar um grave conflito com as Forças Armadas - disse Menem em um discurso na sede do sindicato dos petroleiros. A eventual anulação das leis de anistia "colocará mais de 7.000 homens das Forças Armadas em uma nova situação de enfrentamento com a sociedade", advertiu o ex-presidente. Menem disse que Kirchner tentará "degolar a Suprema Corte de Justiça", organismo que foi acusado pelo Congresso de servir aos interesses políticos de Menem entre 1989 e 1999. A Suprema Corte está analisando decisões de primeira e segunda instâncias declarando inconstitucionais as leis de anistia sancionadas pelo Congresso sob a pressão das rebeliões dos militares "carapintadas", durante o governo do radical Raúl Alfonsín (1983-1989). O Supremo está inclinado a rejeitar as decisões contra as duas leis de anistia, que eximem de culpa os militares subordinados que mataram ou torturaram.
Rio de Janeiro, Quinta, 28 de Março de 2024
Kirchner provocará conflitos com militares, diz Menem
Arquivado em:
Publicado Segunda, 05 de Maio de 2003 às 20:37, por: CdB
Edição digital