O presidente do Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, afirmou nesta quarta-feira que as taxas de juros do país devem permanecer em níveis baixos por "um longo período".
Bernanke afirmou em discurso no Congresso americano que, após a crise financeira global, iniciada em 2008, o país vive agora uma "recuperação econômica nascente".
O lento crescimento econômico, porém, não afasta o pessimismo de muitos no país, já que o desemprego continua alto.
– O comitê do Fed continua a trabalhar com a previsão de que as condições econômicas, inclusive as baixas taxas de reutilização de recursos, tendências inflacionárias sob controle e expectativas estáveis de inflação, devem provavelmente justificar taxas excepcionalmente baixas para fundos federais por um longo período –, disse Bernanke.
Com a recuperação econômica americana, o Fed já começou a rever algumas das medidas de emergência implantadas no auge da crise financeira.
– Em reação às melhoras substantivas no funcionamento da maior parte dos mercados financeiros, o Federal Reserve vai reduzir as linhas de liquidez especiais que ele criou durante a crise –, disse Bernanke.
Na semana passada, o Fed surpreendeu os mercados ao aumentar a taxa de desconto (aplicada para empréstimos de emergência a bancos) de 0,5% para 0,75%.
Além da taxa de desconto, o Fed também fixa a taxa básica dos principais fundos federais, usada em empréstimos interbancários, hipotecas e financiamentos de carros.
Essa taxa, no entanto, não foi modificada na semana passada, mantendo-se no seu valor mais baixo na história, entre 0 e 0,25%. O Fed não muda esta taxa desde dezembro de 2008.
A maioria dos economistas não espera aumentos na taxa de juros do Fed nos próximos meses, embora alguns tenham mudado de ideia após o anúncio de aumento na taxa de desconto.