Jovens protestam contra militares envolvidos em tortura durante a ditadura

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Publicado Segunda, 26 de Março de 2012 às 09:26, por: CdB
Jovens protestam contra militares envolvidos em tortura durante a ditadura

Manifestantes em diferentes estados pedem também a rápida instauração da Comissão da Verdade

Por: Virginia Toledo, Rede Brasil Atual

Publicado em 26/03/2012, 15:18

Última atualização às 15:18

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São Paulo – Jovens reuniram-se hoje (26) em Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre para protestar contra torturadores que participaram de ações de repressão durante a ditadura no Brasil (1964-1985). Organizado pelo Levante Popular da Juventude, o intuito é expor publicamente participantes diretos da violência repressiva, com atos próximos aos locais onde vivem os acusados. 

Para Lira Alli, estudante paulista, o importante do ato, conhecido como "escracho" e realizado originalmente na Argentina, é levantar questões do passado que não são discutidas e abordadas em sala de aula. "A gente já vinha há algum tempo pensando em realizar ações deste tipo, inspirados, especialmente, no que a juventude de outros países da América Latina já vem fazendo", explicou Alli.

Em São Paulo, com a participação de 200 estudantes, o alvo dos protestos foi o delegado aposentado do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), David dos Santos Araujo, que hoje tem uma empresa de segurança privada. "Capitão Lisboa", como era conhecido à época, é acusado, por uma ação civil pública do Ministério Público Federal, de envolvimento na tortura e morte de Joaquim Alencar de Seixas.

O resgate histórico dos períodos de repressão durante a ditadura militar foi relacionado este ano pelos estudantes para que os atos de protesto suscitem a importância da criação da Comissão da Verdade. O colegiado, aprovado e sancionado no ano passado, ficará a cargo de investigar, com acesso livre a documentos, casos de violação aos direitos humanos durante o período de 1946 a 1988.  Para sair do papel, a comissão precisa agora que seus integrantes sejam escolhidos pela presidenta Dilma Rousseff.

"Foi justamente por conta do processo que está se formando em torno da Comissão da Verdade que a gente decidiu fazer esse ato. Primeiro por conta de crimes pelos quais alguns militares são acusados e processados e que não são de conhecimento da população. Também queremos fazer com que a sociedade se posicione a esse respeito, por ser uma passagem sombria da nossa história e que precisa ser resgatado", ressaltou a estudante.

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