O jornal El Pais de Madri publica nesta segunda-feira reportagem de seu correspondente no Rio de Janeiro, Juan Arias, sob o título de "A sangria da Amazônia", denunciando que "em três anos foram destruídos 700 mil quilômetros de selva".
A reportagem afirma que "o desflorestamento contamina e muito: para caa quilômetro quadrado destruído se selva, são produzidas 22 mil toneladas de CO2". O correspondente cita o biólogo José Márcio Ayres, criador da reserva Mamirauá, que morreu "como um Quixote, lutando contra os moinhos de vento, denunciando a venda ilegal de terras e o eminente fim da selva".
O jornalista espanhol assegura que em 2007 já foram registrados mais de vinte mil incêndios propositais, "num território onde cabem dez Espanhas e que tem de tudo: planície, montanhas, terras alagadas, que abrigam 23 milhões de pessoas e a maior biodiversidade do planeta, em um arquipélago com oito ilhas fluiviais que detém 23 por cento de toda a água potável do mundo, e cujas riquezas continuam sendo descoberetas a cada dia, o que leva o mundo a ter seus olhos nesse gigante que tem um ventre de madeiras nobres e o maior conjunto de minerais do mundo produzindo de diamantes a caolim, a cobiçada matéria prima usada na indústria de cerâmica, de cosméticos e de medicamentos".
A reportagem, em tom dramático adverte que "o pulmão verde também contamina e em três anos gerou mais dióxido de carbono do que a populosa cidade de São Paulo com seus 20 milhões de habitantes".
E assegura que "se não for contida a devastação, a Amazônia está condenada a desaparecer. Segundo o biologo americano William Laurence, pesquisador do Smithsonian Tropical Reserche Instituto, antes de 20 anos, só ficarão 28% dos atuais quatro milhões de quilômetros quadrados da selva brasileira que em 30 anos foi mais destruída do que em 450 anos de colonização".
Rio de Janeiro, Sexta, 29 de Março de 2024
Jornal espanhol adverte: Amazônia pode desaparecer
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Publicado Segunda, 10 de Dezembro de 2007 às 10:59, por: CdB
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