Publicado Sexta, 01 de Julho de 2016 às 08:14, por: CdB
De acordo com a Associação Nuclear Mundial, os primeiros reatores foram concebidos para terem uma vida útil de cerca de 30 anos, e as novas plantas nucleares podem operar por até 60 anos
Por Redação, com Reuters - de Tóquio:
A retomada da produção de energia nuclear no Japão, oficializada na semana passada com a recertificação de dois reatores já antigos, está levando alguns críticos a alertarem que Tóquio está negligenciando as lições de Fukushima.
No primeiro passo deste tipo desde o desastre de 2011, no dia 20 de junho a Autoridade de Regulação Nuclear do Japão aprovou a requisição feita pela operadora Kansai Electric Power Co para prorrogar a vida útil de dois reatores para além de 40 anos.
Vista aérea de usina nuclear em Satsumasendai, Japão
Quando ficou claro que o órgão regulador iria conceder as prorrogações, um ex-comissário rompeu o silêncio mantido desde que deixou a agência em 2014 e disse que "uma sensação de crise" sobre segurança o levou a ir a público e pedir mais atenção para o risco de um terremoto.
Kunihiko Shimazaki, que foi comissário entre 2012 e 2014, disse que o tremor forte que matou 69 pessoas na ilha de Kyushu em abril mostrou que o risco que alguns dos 42 reatores nucleares operáveis do país correm está sendo subestimado.
– Não posso ficar parado sem fazer nada. Podemos ter outra tragédia e, se isso acontecer, pode não ser algo 'além das expectativas' – disse ele, em referência a uma descrição comum da cadeia de eventos catastrófica ocorrida após o terremoto seguido de tsunami, que provocou o derretimento de reatores da planta nuclear de Fukushima.
O órgão regulador afirmou que irá levar em conta a posição de Shimazaki em algumas de suas avaliações.
De acordo com a Associação Nuclear Mundial, os primeiros reatores foram concebidos para terem uma vida útil de cerca de 30 anos, e as novas plantas nucleares podem operar por até 60 anos.
Uma lei japonesa também limita a vida de todos os reatores a 40 anos, sendo permitidas licenças de extensão apenas em circunstâncias excepcionais.
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