Japão quer reduzir radiação pela metade em dois anos

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Publicado Sexta, 26 de Agosto de 2011 às 07:41, por: CdB
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O Japão pretende reduzir a radiação pela metade em dois anos nas áreas contaminadas pela crise nuclear de Fukushima, removendo solo, plantas e árvores, além de limpar os telhados de construções, em uma região que se expande por milhares de quilômetros quadrados. A limpeza custará dezenas de bilhões de dólares, e é possível que milhares de moradores que deixaram suas casas não possam retornar durante anos, ou nunca. A estimativa é de que a radiação na área contaminada diminua naturalmente em 40 % em dois anos, e o governo quer acelerar o processo em outros 10% por meio de esforços humanos, segundo diretrizes para uma limpeza divulgada nesta sexta-feira. - Temos como objetivo reduzir os níveis de radiação pela metade nos próximos dois anos nas áreas afetadas, e em 60 % nesse mesmo período para locais frequentados por crianças, disse o ministro da Crise Nuclear Goshi Hosono em coletiva de imprensa. Outro importante objetivo do governo é reduzir a radiação para um nível abaixo de 20 milisieverts por ano, índice limite para a retirada de populações, em áreas onde esse número foi ultrapassado. Algumas áreas dentro da zona de exclusão têm níveis que superam esse valor, segundo dados do governo divulgados nesta semana. - Queremos alcançar esse objetivo em um período mais curto. A tecnologia continua avançando, e com financiamento e esforços suficientes do governo isso pode ser feito, disse Hosono. O Japão proibiu a população de entrar dentro de um raio de 20 quilômetros ao redor da usina de Fukushima Daiichi, que teve seus sistemas de resfriamentos dos reatores desativados pelo terremoto e tsunami de 11 de março, provocando o derretimento das barras de combustível e uma crise de radiação. Cerca de 80 mil pessoas foram retiradas da área próxima à usina. A diretriz também estipula a rigorosa limpeza de áreas frequentadas por crianças, como escolas e parques, para reduzir os níveis de radiação nesses locais para índices abaixo de 1 milisievert por ano. A área total que precisa ser limpada poderia ser entre 1 mil e 4 mil quilômetros quadrados, cerca de 0,3% a 1 % da área terrestre total do Japão, e custará entre alguns trilhões de ienes e 10 trilhões de ienes ( US$130 bilhões), segundo especialistas. Um grande problema que o governo enfrenta é que a retirada da camada superficial do solo poderia prejudicar as áreas agrícolas, e pretende elaborar diretrizes para lidar com essa questão no próximo mês. O governo disse que assumiria total responsabilidade pelo solo e os resíduos retirados no processo de limpeza, mas que ainda não tem uma solução permanente para armazenar o material radioativo, que teria de ser guardado por comunidades locais por enquanto. - Reitero que a província de Fukushima não será o destino final para o tratamento dos resíduos, disse Hosono.
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