Itália corre contra o tempo para libertar reféns no Iraque

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Publicado Segunda, 13 de Setembro de 2004 às 11:27, por: CdB

O ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, pediu na segunda-feira ajuda aos países árabes para libertar as duas italianas sequestradas no Iraque.

Um grupo autodenominado Organização Jihad Islâmica afirmou numa declaração no domingo que Simona Pari e Simona Toretta, que trabalhavam em projetos assistenciais com crianças iraquianas, seriam mortas se a Itália não retirasse seus soldados do Iraque.

"Por favor nos ajudem a libertá-las", pediu Frattini ao Kuweit e aos países árabes na Grande Mesquita da capital kuweitiana, na primeira escala de sua viagem pelo Golfo.

"Senti aqui uma solidariedade para com os reféns, incluindo as duas italianas que foram ao Iraque para ajudar o povo iraquiano", acrescentou, antes de reuniões com autoridades do Kuweit e líderes religiosos.

As duas italianas, ambas de 29 anos, foram as primeiras mulheres ocidentais sequestradas no Iraque, numa onda de sequestros de estrangeiros que se arrasta desde abril. Mais de 20 reféns acabaram mortos.

"Vamos estender nosso prazo final por 24 horas a partir da divulgação deste comunicado. Depois disso, se não virmos os soldados italianos se retirando do Iraque, implementaremos a execução", disse o comunicado, assinado pela Organização Jihad Islâmica.

A Itália tem o terceiro maior contingente militar no Iraque, com 2.700 soldados, e vem reafirmando que não cederá a exigências de militantes para deixar o Iraque.

Não havia sido possível comprovar a autenticidade do comunicado de domingo, e, diferentemente de outros casos de sequestro, não havia vídeo ou fotos das reféns. O texto apareceu num fórum de discussão de um site usado por grupos militantes. Já houve casos em que declarações como essa se provaram falsas.

Vários outros grupos militantes islâmicos também reinvidicaram a autoria do sequestro das italianas.

Na segunda-feira, militantes leais a Abu Musab al-Zarqawi, ligado à Al Qaeda, disseram ter assassinado um refém turco. Um vídeo publicado na Internet mostrava homens armados cortando seu pescoço.

Na gravação, o refém Durmus Kumdereli, de olhos vendados, pede a empresas de transporte e motoristas que não atuem no Iraque, pois estariam apenas "servindo os ocupantes".

O vídeo foi publicado no site do grupo Tawhid e Jihad, de Zarqawi, na segunda-feira, mas trazia a data de 17 de agosto, três dias depois de Kumdereli ter sido capturado, junto com outro motorista turco.

O sequestro das duas italianas causou grande comoção na Itália -- não só por serem mulheres, mas por trabalharem para uma organização assistencial que se opôs à invasão do Iraque.

Pelo menos sete italianos foram sequestrados recentemente no Iraque. Dois foram mortos, incluindo o jornalista Enzo Baldoni.

Entre os atuais reféns das guerrilhas iraquianas estão dois jornalistas franceses, capturados em 20 de agosto. Não se sabia nada sobre seu paradeiro.

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