Itália: Castelli culpa esquerda pelos escandalos políticos

O ministro italiano da Justiça, Roberto Castelli, afirmou neste sábado, que os escândalos financeiros dos últimos tempos na Itália têm como protagonistas empresários vinculados à esquerda política.

À margem de um ato público no que participou hoje em Milão (norte), Castelli aludiu ao caso Parmalat, cuja insolvência e umas dívidas cifradas em cerca de dez bilhões de euros levou a prisão seus antigos diretores.

- Na Itália nos últimos tempos se produziram muitos casos - afirmou Castelli, lembrando os do banco Bipop, do grupo alimentício Círio e agora o da Parmalat, que é "um escândalo mundial. É evidente que algo não funcionou".

Castelli, que milita na Liga Norte, declarou que "toda essa gente, esses trombadinhas, pertencem a uma área muito precisa que tem a ver com a esquerda. Não é casualidade que as coisas venham a luz agora".

Lembrou que ele mesmo foi o autor de uma lei de Direito de Sociedades "e o caso Parmalat é filho dessa norma. Estamos limpando uma área cinzenta que a esquerda sempre havia tampado".

Enquanto isso, os procuradores de Milão e Parma que averiguam o caso Parmalat continuam hoje com seu trabalho e com interrogatórios a vários dos antigos dirigentes da companhia para tentar esclarecer os mecanismos que levaram ao rombo financeiro e, se possível, descobrir onde está o dinheiro que o ex-presidente Calisto Tanzi reconhece ter retirado ilegalmente de várias empresas do grupo.

A este respeito, o advogado de Tanzi, Fabio Belloni, declarou hoje que em nenhum caso se trata de "um tesouro, mas de alguns recursos que nem sequer meu defendido sabe onde estão".