Israel realiza mais uma operação militar na Faixa de Gaza

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Publicado Sexta, 07 de Março de 2003 às 13:09, por: CdB

O Exército de Israel iniciou na madrugada desta sexta-feira, pelo segundo dia consecutivo, uma nova série de operações na Faixa de Gaza. De acordo com o Exército, um comboio de veículos blindados foi despachado para o campo de refugiados de Jabaliya, onde 11 palestinos foram mortos em uma ofensiva israelense na madrugada de quinta feira. Cerca de 30 tanques e blindados, um limpador de minas e duas escavadeiras se deslocaram de uma área ao norte da Faixa de Gaza para uma região ao sul. Os veículos estacionaram em uma encruzilhada entre as aldeias de Bet Hanun e Bet Lahia, perto do campo de refugiados de Jabaliya. Autoridades militares israelenses afirmaram que o objetivo da operação militar era destruir fábricas de foguetes palestinos. Jabaliya Na primeira operação, na madrugada de quinta-feira, tropas israelenses atacaram o campo de refugiados de Jabaliya, deixando pelo menos 11 mortos e dezenas de feridos. Testemunhas afirmaram que dois tanques abriram fogo contra um grupo de palestinos no acampamento. Após o confronto com os palestinos, os soldados deixaram o campo de refugiados. De acordo com o Exército de Israel, a operação fazia parte de uma ofensiva contra o grupo militante Hamas. A nova ofensiva começou um dia depois das mortes de 15 pessoas em um atentado suicida contra um ônibus na cidade de Haifa, no norte de Israel. Atentado O veículo atingido no atentado de quarta-feira estava lotado de estudantes de uma universidade local quando um dos passageiros detonou explosivos presos ao próprio corpo. Haifa é uma cidade israelense com moradores judeus e árabes e já foi alvo de outros atentados. Antes de quarta-feira, o último atentado a bomba dentro de Israel havia ocorrido em Tel Aviv, em janeiro, quando 23 pessoas morreram em um duplo ataque suicida. De acordo com a imprensa israelense, cerca de 60 quilos de explosivos foram usados no atentado de Haifa. "A parte de trás do ônibus vôou pelos ares, as janelas estouraram e uma grande nuvem de fumaça cobriu o ônibus", disse o motorista de um outro ônibus, que vinha logo atrás do veículo atingido. Ataques na Faixa de Gaza O atentado ocorreu dias depois de o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, ter formado uma coalizão de direita, incluindo partidos ultranacionalistas que se opõem à formação de um Estado palestino. Logo depois da formação do gabinete, tropas israelenses entraram na Faixa de Gaza, deixando oito palestinos mortos. O grupo militante Hamas havia jurado vingança por causa da operação. "Nós não vamos desistir em face dos assassinatos diários de palestinos", disse o porta-voz do grupo, Abdel Aziz Rantisi. Autoridade Palestina O porta-voz do governo israelense, Raanan Gissin, disse que a explosão mostrou que a Autoridade Palestina não está agindo para acabar com atos de terrorismo. Gissin afirmou ainda que a única opção para Israel reagir é continuar sua campanha contra esse tipo de ataque. O ministro palestino Saeb Erekat rejeitou as acusações feitas por Israel de que a Autoridade Palestina tem responsabilidade no ataque e condenou a explosão. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, censurou o ataque. "A mensagem aos terroristas é que seus esforços não terão sucesso. Nós vamos continuar a buscar o caminho da paz no Oriente Médio", disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer

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