Israel inicia expulsão de parte dos ativistas da flotinha

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Publicado Segunda, 22 de Outubro de 2012 às 10:59, por: CdB

O governo israelense iniciou no domingo (21) a expulsão de parte dos 30 ativistas pró-palestinos da 3ª Frota da Liberdade, que se dirigia à Faixa de Gaza. O veleiro Estelle, que viajava com bandeira finlandesa, foi interceptado pela Marinha israelense no último sábado (20), quando tentava furar o bloqueio imposto por Israel para levar ajuda humanitária aos palestinos.


Após a interceptação, a embarcação foi levada ao porto israelense de Ashdod e os passageiros seguiram para o centro de detenção em Guivón, próximo a Tel Aviv. De acordo com o porta-voz do serviço de Migração do Ministério do Interior israelense, até o momento foram encaminhados a seus países de origem três espanhóis, cinco gregos e um italiano. Para serem liberados, eles assinaram um documento admitindo que haviam entrado ilegalmente em águas de Israel e renunciaram, assim, a qualquer forma de apelação contra sua expulsão do país.

Outros 18 ativistas internacionais que estavam no Estelle se negaram a assinar o documento e deverão participar, em até 72 horas, de audiências para decidir suas repatriações. São eles: 11 suecos, quatro noruegueses, dois finlandeses e um canadense. Entre os ativistas estavam três israelenses, que também foram detidos e devem ficar à disposição do governo de seu país.

Apesar da alegação da Marinha israelense de a interceptação ter ocorrido em águas de Israel, a ONG "Rumo a Gaza", que se encarrega de organizar a participação espanhola na Frota da Liberdade, disse em nota que a abordagem do veleiro aconteceu em águas internacionais às 10h15 (veja mapa ao lado). Além disso, segundo Victoria Strand, porta-voz de uma organização sueca que participou da ação humanitária, soldados armados e mascarados entraram no barco quando este estava a cerca de 30 milhas náuticas de Gaza. Ela disse, ainda, que os ativistas a bordo lhe disseram que a embarcação foi cercada por seis barcos da Marinha israelense.

Tortura

O exército israelense, em comunicado emitido no sábado para informar sobre a interceptação do veleiro Estelle, afirmou que a abordagem foi feita de maneira pacífica, respeitando o direito internacional, e após várias tentativas para impedir que o navio continuasse seu rumo a Gaza. “Como resultado de sua falta de vontade de cooperar e após ignorar as chamadas para que mudasse de rumo, foi tomada a decisão de abordar o veleiro e conduzi-lo ao porto de Ashdod", relata o boletim militar.

No entanto, a advogada Gaby Lasky, que representa parte dos ativistas detidos, denuncia que os passageiros do veleiro foram vítimas da chamada “tortura do eletrochoque”. Segundo ela, a Marinha israelense usou pistolas de carga elétrica, utilizadas para imobilizar pessoas.

O movimento islamita Hamas condenou a abordagem israelense à 3ª Frota da Liberdade e a descreveu como um ato de "pirataria" e "crime de guerra". "A intercepção do navio é um ato de pirataria israelense (...) um crime contra a humanidade e contra o povo palestino", disse em um comunicado Fawzi Barhum, porta-voz do movimento que governa Gaza.

Para Barhum, "este crime deve encorajar outros navios de solidariedade a vir a Gaza para desafiar o bloqueio e terminar o sofrimento do povo palestino".

Frota da Liberdade

Em 31 de maio de 2010, a primeira Frota da Liberdade foi atacada pelo exército israelense em águas internacionais, quando também tentava levar ajuda humanitária aos palestinos da Faixa de Gaza. Na ocasião, a ação israelense resultou na morte de nove ativistas turcos que estavam a bordo do Mavi Marmara, um dos seis barcos que integravam o comboio.

Já em novembro de 2011, um barco canadense e um iate irlandês foram detidos por forças israelenses durante uma tentativa de levar medicamentos aos palestinos.

Israel controla a faixa costeira palestina desde 1967, quando tomou Gaza durante a Guerra dos Seis Dias. O bloqueio total - terrestre, aéreo e marítimo – foi imposto em 2006 e, desde então, os palestinos da Faixa de Gaza vivem em estado de necessidade, dependendo de ajuda humanitária internacional até para se alimentar. 

Fonte: Brasil de Fato

 

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