Israel bombardeia Gaza em retaliação a ataque

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Publicado Segunda, 05 de Outubro de 2015 às 07:07, por: CdB
Por Redação, com DW  - de Jerusalém/Kunduz: Israel realizou bombardeios aéreos na Faixa de Gaza nesta segunda-feira, em retaliação a um ataque de um míssil lançado a partir do território palestino. O projétil atingiu o sul do país, mas caiu sobre uma área desabitada e não deixou mortos ou feridos, segundo o Exército de Israel.
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Em resposta a míssil, Força Aérea israelense ataca posições do Hamas em Gaza
Um comunicado das Forças Armadas israelenses afirma que o ataque da Força Aérea de Israel "tinha como alvo uma localidade dos terroristas do Hamas no norte da Faixa de Gaza". Também não há relatos de vítimas do lado palestino. Segundo os militares israelenses, dezesseis mísseis foram lançados a partir de Gaza contra Israel neste ano. No último dia 30 de setembro, caças israelenses bombardearam quatro campos de treinamento do braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, em resposta ao lançamento um projétil que havia sido interceptado pelo sistema de defesa israelense. Não houve vítimas, uma vez que os campos estavam vazios durante o ataque. Militantes salafistas de uma organização ligada aos extremistas do "Estado Islâmico" (EI) reivindicaram a autoria do mais recente ataque lançado a partir de Gaza, mas Tel Aviv responsabiliza o Hamas por todos os incidentes do tipo. Este é o mais recente de uma série de acontecimentos que aumentaram as tensões na região. No domingo, a polícia israelense decidiu bloquear o acesso dos palestinos à Cidade Velha de Jerusalém , após um jovem de 15 anos ser esfaqueado no local. O agressor, de origem palestina, foi morto a tiros pela polícia. O jovem israelense ferido foi levado para o hospital. Na noite de sábado, outro palestino agrediu a faca diversos membros de uma família judia na Cidade Velha de Jerusalém, matando dois homens. O palestino conseguiu sacar a arma de uma das vítimas, um soldado israelense de 21 anos, e passou a atirar num grupo de turistas e policiais, antes de ter sido morto a tiros. Após o incidente, o primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, anunciou medidas rígidas, que incluem "maior rapidez na demolição de edifícios dos terroristas", e afirmou que o país irá "lutar até a morte" contra o terrorismo palestino. Médicos Sem Fronteiras A organização de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) deixou no domingo Kunduz, depois que um ataque aéreo na madrugada de sábado matou ao menos 19 pessoas no hospital da entidade na cidade do norte afegão. Assim, a MSF fecha o único hospital da província capaz de tratar ferimentos de maior gravidade. "O hospital da MSF não funciona mais. Todos os pacientes críticos foram transferidos para outras instalações hospitalares, e nenhum pessoal da MSF está trabalhando em nosso centro médico", afirmou a porta-voz da MSF Kate Stegeman. De acordo com a organização, alguns de seus funcionários foram para hospitais na região. "Neste momento, não posso confirmar se o nosso centro de trauma em Kunduz será reaberto ou não", acrescentou a porta-voz. Ataque aéreo A decisão vem um dia após o hospital ter sido atingido por uma série de bombardeios, que deixaram mortos 12 funcionários e sete pacientes, incluindo três crianças. O grupo afirma que os EUA são responsáveis pelos ataques aéreos. Segundo o chefe da missão da MSF no norte do Afeganistão, Heman Nagarathnam, o edifício foi atingido várias vezes e os "pacientes não puderam escapar, tendo morrido queimados, enquanto estavam deitados em suas camas". De acordo com a organização de ajuda humanitária, mais de 80 membros do pessoal da MSF, como também 105 pacientes e seus cuidadores estavam no hospital no momento do ataque. Nenhum "escudo humano" A Otan admitiu que forças norte-americanas que apoiam os afegãos na luta contra os talebãs podem estar por trás do bombardeio. Autoridades norte-americanas também afirmaram que conduziram ataques aéreos nas proximidades da instalação e que estão investigando o caso. Ao mesmo tempo, autoridades afegãs disseram que helicópteros dispararam contra os talebãs que estariam usando o edifício como "escudo humano". A MSF rejeitou a declaração, afirmando que nenhum combatente talebã atacou o hospital. "Os portões do complexo hospitalar estiveram fechados durante toda a noite, de forma que ninguém que não pertencesse ao quadro de pessoal ou que não fosse paciente ou cuidador estava dentro do hospital quando o bombardeio aconteceu", declarou a organização Médicos Sem Fronteiras, em nota no domingo. Disputada Kunduz A cidade de Kunduz continua palco de combates entre os talebãs e as tropas afegãs, que contam com o apoio aéreo norte-americano. A tomada de Kunduz, na segunda-feira passada, foi a conquista militar mais importante dos talebãs desde que o grupo insurgente foi afastado do poder em 2001, após a ofensiva liderada pelos EUA. Na quinta-feira, o Exército afegão recuperou o controle da cidade no norte do país, mas combates entre as forças governamentais e os insurgentes radicais continuaram nos últimos dias. Com a ajuda da Otan, as tropas do governo afegão tentam agora reconquistar o controle total de Kunduz. No Afeganistão, a Aliança Atlântica conta com 4 mil militares em missões de assistência e treinamento. A Otan também participa da campanha de apoio às tropas afegãs.
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