Irmãos não devem participar de reconstituição do crime

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Publicado Segunda, 11 de Novembro de 2002 às 22:26, por: CdB

Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21, namorado da estudante Suzane von Richthofen, e o irmão dele, Cristian, 26, não devem colaborar com a reconstituição da morte dos casal Marísia e Manfred von Richthofen, que deve ser feita na quarta-feira. O advogado Eduardo Leite se apresentou hoje ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) como o advogado dos irmãos e disse que eles serão levados ao local do crime, mas têm o direito de não colaborar. A reconstituição do assassinato de pode esclarecer se a filha do casal Suzane Louise von Richthofen, 19, participou dos golpes que mataram os dois. Daniel e Cristian confessaram serem os autores do crime, mas sem a colaboração de Suzane na execução. "Precisamos esclarecer a participação dela [Suzane] no crime. Não há indícios de que ela os golpeou, mas os depoimentos dos três têm muitas contradições, que vamos tentar esclarecer com a reconstituição", disse a delegada Cíntia Tucunduva Gomes, responsável pelo inquérito. O crime ocorreu no último dia 31. O casal foi assassinado na cama, com golpes de barra de ferro. Segundo os irmãos, ela teria ficado em outro andar da casa na hora do assassinato, mas teria participado do planejamento do crime, havia meses, e fornecido sacos plásticos, usados para sufocar a mãe. De acordo com a delegada, a perícia ainda vai confirmar a data da reconstituição. Será a primeira vez que os três, Cristian Daniel e Suzane vão se encontrar após suas prisões, na última sexta-feira. Suzane está detida no 89º DP (Portal do Morumbi) e os irmãos, no 77º DP (Santa Cecília). O crime Os corpos de Manfred e Marísia foram descobertos na cama, na madrugada de 31 de outubro. O engenheiro tinha uma toalha branca no rosto e Marísia estava com um saco plástico na cabeça. Na sexta-feira (8), após depoimentos que se estenderam pela madrugada, a Polícia Civil anunciou ter desvendado o crime. Segundo o DHPP, Suzane, Daniel e Cristian planejaram e executaram o assassinato. A motivação seria a proibição do namoro de Suzane e Daniel e a consequente herança deixada pelo casal. Suzane afirmou que planejou a morte dos pais "por amor" ao namorado. A casa não tinha sinais de arrombamento e o alarme e sistema interno de televisão estavam desligados, o que levou a polícia a investigar a hipótese de o crime ter sido cometido por pessoas próximas às vítimas. A biblioteca estava revirada. Um revólver calibre 38, do engenheiro, foi encontrado ao lado da cama. Conforme a polícia, a arma não foi usada. Suzane disse à polícia, no dia do crime, que havia saído com o namorado e com o irmão na noite de 30 de outubro. Deixaram Andreas em um cibercafé e foram a um motel. Na volta, disse que encontrou as portas abertas e as luzes acesas. Na ocasião, informou aos policiais do 27º Distrito Policial o desaparecimento de R$ 8.000 e US$ 5.000. Durante novos depoimentos feitos ao DHPP, os policiais perceberam contradições entre as falas de Suzane, do irmão e do namorado. Investigação Para desvendar o crime, a polícia investigou pessoas próximas ao casal e utilizou grampos telefônicos. Uma das suspeitas que levou à prisão dos acusados foi levantada por policiais do 27º Distrito Policial (Campo Belo). Eles avistaram uma moto Suzuki na casa de Astrogildo Cravilhos de Paula e Silva, pai de Daniel e Cristian, fizeram um "levantamento" da placa e chegaram até a loja onde o veículo havia sido comprado. Os policiais descobriram que Cristian, que trabalha como mecânico, comprou a moto cerca de dez horas depois do crime. A compra teria sido feita por um "laranja". Para o pagamento da moto, foram dados US$ 3.600 _usando 36 notas de US$ 100_ e uma moto usada. As suspeitas eram de que os dólares teriam sido retirados da residência do casal assassinado. Além disso, Cristian também caiu em contradição quando prestava depoimento: disse que na noite das mortes estava acompanhado de uma garota, mas a moça negou a versão à polícia. O rapaz acab

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