Se iniciarem mesmo uma nova guerra no Golfo Pérsico, os Estados Unidos deverão se preparar para pagar um doloroso ônus: atentados suicidas. O alerta foi feito pelo vice-presidente do Iraque, Taha Yassin Ramadan, entrevistado pelo jornal alemão Der Spiegel. O jornal antecipou, neste sábado, trechos da entrevista especial que será publicada na próxima segunda-feira. "Os mártires, autores dos atentados suicidas, são nossas novas armas e não vão agir apenas no Iraque", avisou Ramadan. "Os povos árabes vão ajudar o povo iraquiano na luta por sua independência e liberdade". "Será um incêndio em toda região", ressaltou. "Esta parte do mundo (o Golfo) se tornará um mar de resistência aos norte-americanos e um perigo para eles". Segundo Ramadan, George W. Bush não terá a mesma sorte que seu pai, George Bush, então presidente dos Estados Unidos, experimentou na Guerra do Golfo, entre 1990 e 1991. "Dessa vez, vai ser muito pior do que da outra", afirmou. "Principalmente onde os soldados norte-americanos se encontram, na Arábia Saudita e no Kuwait". Esta semana, o Departamento de Estado norte-americano emitiu alertas contra viagens justamente para a Arábia Saudita e o Kuwait e aconselhou os cidadãos que se encontram nos dois países a voltar para casa. Na sexta-feira, durante uma reunião com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, em Washington, Bush disse que acolheria favoravelmente uma nova resolução das Nações Unidas sobre o Iraque se a mesma pudesse contribuir para enfatizar a mensagem de que a comunidade internacional está decidida a desarmar o regime de Saddam Hussein. Por outro lado, Bush descreveu o novo convite do Iraque, por diálogo com os inspetores de armas da ONU, como mais uma tática de adiamento de Saddam.
Rio de Janeiro, Sexta, 19 de Abril de 2024
Iraque promete revidar guerra com atentados suicidas
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Publicado Sábado, 01 de Fevereiro de 2003 às 14:02, por: CdB
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