Iraque aceita a resolução da ONU

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Publicado Quarta, 13 de Novembro de 2002 às 19:01, por: CdB

O Iraque decidiu, nesta quarta-feira, aceitar a nova resolução das Nações Unidas que ameaçava o país com "conseqüências sérias" caso não concordasse com o retorno dos inspetores de armas. O anúncio foi feito pelo embaixador iraquiano na ONU, Mohammed Al-Douri, que afirmou que seu país está "ansioso" pela volta dos inspetores. Segundo Al-Douri, o Iraque não tem nada a temer porque está "limpo", ou seja, não dispõe de armas de destruição em massa - químicas, biológicas ou nucleares. Com a decisão do governo de Saddam Hussein, a ONU despachará uma equipe avançada de inspetores para Bagdad nesta sexta-feira. A chegada ao país do Golfo Pérsico está prevista para o domingo. Al-Douri fez o anúncio apenas um dia após a Assembléia Nacional do Iraque ter recomendado a Saddam que rejeitasse a resolução da ONU. A votação no Parlamento, porém, não era obrigatória, significando que a última palavra caberia ao presidente. Os indícios mais fortes de que o Iraque estava disposto a acatar a ONU surgiram quando o influente filho de Saddam, Uday, exortou os legisladores a aprovar a resolução. O Parlamento acabou votando contra, em uma atitude vista como simbólica, uma forma de expressar receio com os riscos à soberania do país. Na sede da ONU, em Nova York, o embaixador Al-Douri leu a carta recebida de Bagdad, comunicando a decisão. "Estamos ansiosos para vê-los (os inspetores) desempenhando suas obrigações em acordo com a lei internacional", disse. "Estamos preparados para receber os inspetores dentro do prazo determinado". Indagado por que o governo de Bagdad havia decidido acatar a ONU, Al-Douri foi enfático: "Estamos sempre optando pelo caminho da paz". Segundo a resolução aprovada há cinco dias pelo Conselho de Segurança da ONU, o Iraque tinha prazo até a próxima sexta-feira, dia 15, para responder se aceitava ou não o retorno dos inspetores de armas. A equipe avançada da ONU será encabeçada pelo chefe da comissão de inspeções de armas da organização, Hans Blix, e pelo diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Mohamed El Baradei. Em Washington, durante reunião de gabinete, o presidente George W. Bush comentou a decisão do Iraque e repetiu a política de "tolerância zero" com qualquer interferência no trabalho dos inspetores. "Não há negociações com o senhor Saddam Hussein", alertou. "Foi-se o tempo". Bush deixou claro o que fará se o Iraque não cumprir todos os pontos da resolução: "Vamos desarmá-lo".

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