Investigações sobre o Goldman Sachs estendem-se à autoridade britânica

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Publicado Terça, 20 de Abril de 2010 às 08:36, por: CdB

A autoridade britânica de Serviços Financeiros (FSA, na sigla em inglês) anunciou, nesta terça-feira, a abertura de uma investigação oficial sobre o banco nova-iorquino Goldman Sachs, quatro dias depois que o órgão regulador da bolsa norte-americana (SEC) acusou a instituição de fraude. "Após as primeiras averiguações, a FSA decidiu abrir uma investigação formal sobre a Goldman Sachs International relacionadas às recentes afirmações da SEC", declarou o regulador britânico em um comunicado.

A FSA explicou que trabalhará em estreita colaboração com a SEC, que na sexta-feira passada acusou o banco norte-americano de iludir investidores com a venda de produtos complexos relacionados com os créditos hipotecários de risco, os famosos subprime que originaram a crise financeira mundial.

Bons lucros

A ameaça de uma pesada intervenção do governo dos EUA não impediu que o Goldman Sachs informasse, na abertura do mercado, que seu lucro no primeiro trimestre praticamente dobrou, ficando acima das expectativas dos economistas, impulsionado por ganhos em operações de renda fixa. Segue, no entanto, em fase de investigação, as acusações de fraude formuladas pela Securities and Exchange norte-americana.

"Na luz dos eventos recentes envolvendo a empresa, valorizamos o apoio dos nossos clientes e acionistas e a dedicação e compromisso de nossos funcionários", disse o presidente-executivo, Lloyd Blankfein, em nota acompanhando o balanço.

O lucro líquido do banco ficou em US$ 3,29 bilhões, ou US$ 5,59 por ação, contra US$ 1,66 bilhões, ou US$ 3,39 por ação, um ano antes. Analistas esperavam em média um lucro de US$ 4,01 por ação, segundo a agência inglesa de informações econômicas Thomson Reuters I/B/E/S.

– Há uma dose de realidade pairando sobre os investidores quando eles se deparam com números como esses, não importa o que ocorreu nos últimos dias. As pessoas que querem usar o Goldman para propósitos políticos podem estar colocando parte dos negócios em risco... mas no geral, o Goldman mostrou com esses números que é melhor dos melhores – disse Michael Holland, fundador da Holland & Co.

O Goldman ressurgiu como o banco mais influente de Wall Street depois da crise financeira, mas enfrentou retrocessos sobre seus pagamentos e práticas corporativas. O banco separou US$ 5,49 bilhões para compensação no primeiro trimestre, acima dos US$ 4,71 bilhões vistos no mesmo período de 2009, ano em que teve lucros recordes. O Goldman manteve seu bom momento de operações no primeiro trimestre, apresentando receita em renda fixa, commodities e moedas de US$ 7,39 bilhões, contra US$ 6,56 bilhões no ano anterior.

A receita líquida em banco de investimento foi de US$ 1,18 bilhão, alta de 44% ante um ano antes, mas 28% abaixo do último trimestre de 2009.

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