Inspetores da ONU ameaçam Iraque com a guerra se não ampliar cooperação

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Publicado Quinta, 16 de Janeiro de 2003 às 10:49, por: CdB

Dois dos principais inspetores de armas das Nações Unidas - Hans Blix e o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Mohamed ElBaradei - divulgaram nesta quinta-feira uma mensagem de "coopere mais ou enfrente guerra", dirigida ao Iraque, que é acusado de não colaborar suficientemente nas vistorias em suas instalações. O ultimato veio à tona em meio a uma reunião, em Bruxelas, entre Blix e o chefe da política externa da União Européia (UE), Javier Solana. Após as conversações, Solana manifestou solidariedade ao chefe dos inspetores. "Ele (Blix) transmitiu-se suas preocupações de que a cooperação de (o presidente iraquiano) Saddam Hussein, a cooperação do Iraque, não seja suficiente", disse Solana. "Nós estamos exigindo uma cooperação mais ativa do regime de Saddam Hussein para que o mundo, o Conselho de Segurança, os inspetores, sejam convencidos de que ele se despojou de todas suas armas de destruição em massa", afirmou. Solana declarou que ele e Blix concordaram que o tempo estava se esgotando. "O prazo não é infinito", alertou Solana. No entanto "a guerra pode ser evitada e a responsabilidade é basicamente de Saddam Hussein". Blix e ElBaradei reiteraram que o Iraque deve cooperar ou enfrentará a ameaça de uma ação militar. Em uma entrevista coletiva em Bruxelas, Blix disse que "todos querem ver um crível e comprovado desarmamento do Iraque". "Nós achamos que o Iraque tem que fazer mais do que tem feito até agora a fim de tornar as inspeções uma crível avenida (para o desarmamento). A outra principal avenida é uma ação armada contra o Iraque. Da minha parte, nós estamos nos esforçando ao máximo para tornar as inspeções efetivas e podermos chegar uma solução pacífica", garantiu. ElBaradei, que é responsável pela investigação da capacidade bélica nuclear iraquiana, também afirmou que o Iraque tem que fazer mais para dispersar as dúvidas de que não possui armas de destruição em massa. Falando em Moscou, após dois dias de conversações com autoridades russas, ElBaradei disse que "o Iraque deve entender que se os inspetores continuarem a relatar que há perguntas sem resposta e que não podem excluir a possibilidade de o governo iraquiano ainda possuir algumas armas de destruição em massa, isso não satisfará o Conselho de Segurança (da ONU)". As inspeções Nesta quinta-feira, os inspetores da ONU fizeram sua primeira busca em uma residência privada - onde mora um cientista nuclear iraquiano - procurando por evidência de armas de destruição em massa no Iraque, informaram autoridades iraquianas. ElBaradei e Blix devem visitar o Iraque na próxima semana, às vésperas da apresentação de seu relatório ao Conselho de Segurança da ONU, em 27 de janeiro. Blix pretende pedir ao Iraque que apresente novas provas de que não possui programas bélicos proscritos e adverti-lo da possibilidade de uma guerra. Ao deixar a sede das Nações Unidas, em Nova York, para viajar a Bruxelas, Blix disse que comunicaria ao Iraque que a situação é "muito perigosa". Na sexta-feira, Blix e ElBaradei se encontrarão com o presidente da França, Jacques Chirac, em Paris, e o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, em Londres. Blair viajará a Camp David, perto de Washington, para reunir-se com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em 31 de janeiro, anunciou a Casa Branca. Blix esteve com a assessora de Segurança Nacional norte-americana, Condoleezza Rice, nas Nações Unidas na terça-feira e relatou que ela havia enfatizado a importância da cooperação iraquiana e do relatório de 27 de janeiro. Fontes declararam à CNN que Rice também pressionou Blix e outras autoridades das Nações Unidas a exigir que o Iraque autorize certos cientistas e suas famílias a viajar para fora do país a fim de serem entrevistados sobre programas de armas de destruição em massa. A iniciativa significaria uma interpretação mais veemente da resolução 1.441 do Conselho de Segur

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