Inflação oficial deve ficar em 5,6% em 2012, diz FGV

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Publicado Segunda, 10 de Dezembro de 2012 às 13:16, por: CdB

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A taxa de inflação brasileira medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá situar-se em torno de 5,6% este ano, atingindo patamar “não muito diferente disso no ano que vem”, disse hoje (10) à Agência Brasil o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ele participa, nesta segunda-feira, do Seminário Trimestral de Análise Conjuntural do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) , na sede da FGV, no Rio.

O resultado ficará, porém, dentro do intervalo de tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo em relação à meta central fixada pelo Banco Central para a inflação em 2012, 2013 e 2014, de 4,5%. Segundo Quadros, “escapar da meta não é um risco visível”. Ele acredita, por outro lado, que dificilmente a taxa poderá se aproximar ou convergir para o centro da meta. “Acho muito pouco provável”.

A tendência, segundo ele, é que a inflação fique parecida e, quem sabe, até se eleve um pouco mais em 2013 que os 5,6% projetados para este ano. Contribuirá para isso o fato de a economia estar um pouco mais aquecida, mesmo que não seja ainda no nível desejado, avaliou. “Diante do resultado fraco deste ano e das diversas medidas de incentivo que têm sido tomadas, não é possível que a economia não reaja alguma coisa”.

O economista trabalha com a perspectiva de retomada da indústria e dos serviços no próximo ano. A consequência será uma pressão sobre o mercado de trabalho, “que já está no limite, com uma taxa de desemprego de 5,3%”, uma das mais baixas do mundo. “Em comparação com qualquer país, o Brasil está em uma posição especial em matéria de mercado de trabalho”.

Advertiu que, por um lado, isso é bom, porque as pessoas estão empregadas, estão ganhando bem e se mostram satisfeitas. Por outro lado, estimou que no próximo ano a economia mais aquecida deverá refletir no mercado de trabalho. “E isso vai representar uma pressão inflacionária adicional”.

O economista admitiu, no entanto, a possibilidade de haver algumas compensações, como uma desaceleração nos preços de alimentação, acompanhada da redução do custo da energia elétrica nas contas. “Tudo isso pode compensar um pouco”. Em contrapartida, haverá certas incertezas, entre as quais um possível aumento da gasolina. “Acho que a gente vai ter uma inflação, no mínimo, igual à deste ano”, concluiu.

Edição: Denise Griesinger

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