O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deu nesta segunda-feira novos sinais que os juros não devem baixar na próxima quarta-feira, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia a nova taxa de juros do país, atualmente em 26,5%.
Meirelles, no entanto, disse que suas declarações desta segunda-feira não poderiam ser levadas em consideração para as decisões que serão tomadas pelo Banco Central até quarta-feira.
O presidente do Banco Central disse que a inflação é uma ameaça e a comparou a uma febre, que precisa ser tratada e que não pode se tornar um mau crônico.
– Eu gosto de dizer, às vezes, que a inflação é como uma febre. Se temos febre, temos que tratar para acabá-la. Não podemos partir do pressuposto que vamos conviver de uma forma crônica com a febre -, disse ele.
Segundo Meirelles, não há uma dicotomia entre inflação e crescimento. Para ele, a inflação controlada é condição para o crescimento sustentável.
– A inflação é um problema, é uma ameaça. E todos os países que cresceram tiveram baixa inflação como condição prévia. A inflação não é uma amiga -, afirmou.
Questionado se estava se sentindo pressionado para baixar os juros, Meirelles respondeu às críticas dizendo que “o debate é saudável”.
Ele também afirmou que o que vai dar base para o crescimento do país é a redução do risco Brasil. Segundo ele, há dados sólidos para que o risco Brasil caia, diminuindo assim o custo interno do crescimento.
Meirelles citou como fatores da queda de risco, os superávits primários para os próximos quatro anos, as reformas de Previdência e tributária, a redução da dívida em relação ao PIB, e a maior credibilidade alcançada pelo governo Lula.
Meirelles participou nesta segunda-feira de uma palestra na Câmara Americana de Comércio no Rio de Janeiro.