Indignação chega ao Congresso e De Grandis será alvo de processo

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Publicado Sexta, 01 de Novembro de 2013 às 14:19, por: CdB
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Berzoini desconfia que De Grandis tenta proteger integrantes do PSDB no processo de corrupção do Metrô
Os deputados federais do PT Renato Simões, Ricardo Berzoini (ambos de São Paulo), Edson Santos (RJ) e José Guimarães (CE) planejam ingressar com uma queixa no Conselho Nacional do Ministério Público, na próxima segunda-feira, contra o procurador da República em São Paulo Rodrigo De Grandis. Segundo Simões, o procurador foi negligente com investigação do esquema milionário de propina que envolve a empresa Alstom. Em 2011, autoridades suíças pediram a investigação ao Ministério Público brasileiro sobre quatro agentes públicos do governo de Sâo Paulo de receberem propina daquela empresa para facilitar o fechamento de contratos para fornecimento de trens e serviços de manutenção ao Metrô e à CPTM. Mas nenhuma investigação foi feita – De Grandis alegou que o pedido foi arquivado em pasta errada e, por isso, esquecido. – A representação quer a apuração dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa, de engavetamento da denúncia, e quer evidentemente a punição eventual do responsável, além da necessidade de recuperarmos tempo perdido para que o esquema de propina e de corrupções seja desmontado e punido – disse o deputado à rádio paulista Brasil Atual. Para ele, o arquivamento do caso é escandaloso, já que a investigação está relacionada a todo um esquema envolvendo autoridades do governo do Estado de São Paulo. – Estamos notificando o fato de que o procurador negligenciou de suas funções e explicou de forma bastante 'esfarrapada' esse ato. A gravidade é que não é uma pessoa física, mas um conjunto de operações criminosas da Alstom, envolvendo funcionários e autoridades do governo do estado de São Paulo, envolvendo milhões de reais – afirmou. Sobre o “esquecimento” de De Grandis, o deputado estadual do PT paulista, Antônio Mentor, afirma que o fato reforça a suspeita de alguns parlamentares. – Isso se soma a uma série de outras dúvidas que levantamos relativas à atuação do Ministério Público no Brasil, tanto o estadual como o federal. Sempre passou a ideia de que haveria um bloqueio, uma proteção, a certa parte dos políticos brasileiros. Este fato vem confirmar a nossa suspeita – disse. O caso de corrupção O Ministério Público da Suíça comunicou na semana passada que decidiu arquivar investigações sobre pagamentos de propina a agentes públicos do governo de São Paulo pagos pela Alstom para influir nos resultados de licitações para obras e serviços no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A razão alegada para o fim das investigações foi a falta de cooperação por parte do Ministério Público Federal brasileiro, que não atendeu o pedido para investigar a movimentação financeira dos consultores Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos, suspeitos de intermediar as propinas pagas pela Alstom, e do ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni, que teria recebido US$ 836 mil (equivalentes a R$ 1,84 milhão) da Alstom na Suíça. Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira teriam sido os responsáveis pelos repasses a Zaniboni.
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