Incra diz que grileiros pressionam para retomar lote em Anapu

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Publicado Sexta, 19 de Março de 2010 às 09:47, por: CdB

Cinco anos após o assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, disse nesta sexta-feira que há uma “constante pressão” por parte de grileiros e madeireiros para retomar o local conhecido como Lote 45 no município de Anapu (PA), na região onde ocorreu o crime.

Em entrevista , Hackbart lembrou que a área – um do Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS) do Estado – já conta com produção de alimentos orgânicos e manejo sustentável, além de casas construídas e estradas prontas.

– Nosso grande desafio nesse projeto é a constante pressão dos grileiros por meio da violência para retomar nossas áreas. Estamos com nossas equipes lá, mas dependemos muito do Judiciário do estado para que impeça a retomada [da área] por grandes madeireiros e grileiros –afirmou.

Segundo ele, atrativos como a grande quantidade de madeira e castanha atraem as atenções para o lote.

– A gente não tem noção do volume de recursos nessa região – completou.

De acordo com o presidente do Incra, a maioria dos processos apresentados na Justiça do Pará por pessoas que reivindicam a posse das terras foi indeferida, mas ele reclamou da “lentidão” do Judiciário local. Só para retomada do lote, por exemplo, o tempo de espera foi de mais de um ano.

A estratégia do Incra, diante da pressão de grileiros e madeireiros, é trabalhar em parceria com prefeitos, o Estado, a Polícia Federal e o Ministério Público. O órgão pretende contratar mais 50 servidores por meio de concurso para reforçar a fiscalização. Para Hackbart, a grilagem é a grande responsável pela destruição do meio ambiente, pela retirada ilegal de madeira e pela violência em Anapu.

– Com o crescimento econômico de 5,5% para este ano, é preciso que se tenha mais política pública, mais capacitação dos servidores, mais força do Estado para coibir a ilegalidade – cobrou.

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