Idoso é assassinado a pedradas por jovens no Rio

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Publicado Domingo, 04 de Janeiro de 2004 às 16:49, por: CdB

Um dia antes do primeiro dia útil do Estatuto do Idoso, que garante os direitos dos cidadãos acima dos 65 anos, o deficiente mental João Werneck Peixoto, de 60 anos, foi morto, na madrugada deste sábado, em Realengo, com requintes de crueldade.

Durante vinte minutos, ele foi atingido por pedras e paralelepípedos arremessados por três jovens, todos vizinhos da vítima que morava na Rua Manaus. Preso pela polícia, um dos assassinos, os outros dois estão foragidos, tentou justificar o injustificável: segundo o acusado, o espancamento foi uma punição à vítima por ela ter agarrado à força uma moradora do bairro e praticado pequenos roubos em outras ocasiões. A polícia contesta essa versão.

Por volta das 5h, João passava pela esquina das ruas Manaus e Olinda quando despertou a atenção de três amigos que bebiam na calçada: o estudante Rafael Alves de Lira, 20 anos, e dois rapazes identificados apenas como Charles e Rodrigo. A área é residencial e não é cercada por nenhuma favela. Em seguida, descreveram os agentes, o trio passou a agredir o deficiente com pedradas. Sem chances de se defender, a vítima viveu momentos de terror.

Durante 30 minutos, ferido nas costas, peito e rosto, agonizou e não resistiu até a chegada do socorro médico. "Foi uma maldade. Ele sofreu muito e não pôde reagir. Eles estavam bêbados na hora do crime e o mataram por arruaça. Os três são novos e muito fortes", frisou o inspetor Antônio César Mendes.

Alguns moradores teriam visto a agressão. Segundo os agentes, um policial militar, que mora no bairro e pediu para não ser identificado, apontou Rafael como um dos autores do crime. Detido por soldados do 14º BPM (Bangu), ele acabou confessando, durante depoimento na 33ª DP (Realengo), a participação no assassinato.

- Ele acusou João de ter agarrado uma moça e de roubar bicicletas no bairro. Foi uma desculpa. Além disso, os moradores ouvidos gostavam da vítima. Disseram que ele era doente mas carismático - completou Mendes, informando que João Werneck morava com uma irmã e era ex-interno de um hospital psiquiátrico.

Charles e Rodrigo, co-autores do crime, não voltaram para casa desde que cometeram o crime. Já Rafael foi transferido, ainda ontem, para a carceragem da Polinter.

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