Humala deixa Chávez para fase final de visitas a países sul-americanos

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Publicado Terça, 21 de Junho de 2011 às 09:50, por: CdB
Humala deixa Chávez para fase final de visitas a países sul-americanos

Presidente eleito do Peru tentou associar imagem a Lula e agora coloca conversa com Hugo Chávez na última etapa do giro pela região

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 21/06/2011, 15:36

Última atualização às 15:36

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São Paulo – O presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, realizou nesta terça-feira (21) sua sexta viagem a um chefe de Estado sul-americano desde que se sagrou vencedor, no dia 5 deste mês. Na chegada a La Paz, Humala afirmou que vai privilegiar as relações com os países da região. “Aqui podemos notar desenvolvimento”, afirmou ao se encontrar com Evo Morales.

O giro pela região teve início no Brasil, onde visitou a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, a quem tentou associar sua imagem durante toda a campanha. A vitória do político do Partido Nacionalista é atribuída ao discurso mais ameno, ao cuidado com a imagem e à associação com líderes moderados da região. Ao lado de Lula, ele colocou a estabilidade econômica e o crescimento com inclusão social no centro do discurso. 

Embora a assessoria do futuro presidente não reconheça, o fato de a Venezuela ficar para a última etapa de sua jornada como vencedor pode não ser fruto do acaso. Oficialmente, a ida a Caracas depende apenas do retorno do presidente Hugo Chávez, que passa por tratamento médico em Cuba. Nesta próxima fase, Humala se encontrará ainda com o equatoriano Rafael Correa e com o colombiano Juan Manuel Santos.

De todo modo, a demora no encontro pode ser vista como mais um esforço para que o peruano deixe em definitivo de ser associado a Chávez, mesmo após a vitória eleitoral. Como o chavismo é malvisto pela população peruana, acredita-se que este tenha sido um fator determinante para que Humala fosse derrotado por Alan García no segundo turno em 2006.

Este ano, boatos espalhados pela internet tentaram conectar Humala a um governo de estilo chavista, o que significa, para alguns setores da imprensa e das classes médias, autoritarismo e intervenção do Estado na economia. Por isso, o nacionalista não hesitou em dar uma dura resposta quando o venezuelano insinuou que Humala era seu candidato, classificado como “bom soldado” para o Peru, alusão à origem militar dos dois presidentes. “Não necessito que digam se sou ou não um bom soldado. O processo eleitoral é problema dos peruanos. E só dos peruanos”, rebateu Humala.

Para que não pairasse qualquer dúvida sobre sua mudança, ele endereçou à população um documento nos moldes da “Carta ao povo brasileiro”, redigida por Lula em 2002, manifestando compromisso com o mercado, com a livre iniciativa e com a autonomia do Banco Central. 

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