Hospital grego quis impedir mãe de levar filho recém-nascido até que esta pagasse a cesariana

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Publicado Sexta, 25 de Maio de 2012 às 01:50, por: CdB

Mediante a impossibilidade de a mãe liquidar a despesa associada ao seu parto por cesariana, no valor de 1200 euros, o hospital quis reter o filho recém nascido. Segundo avança a organização não governamental Médicos do Mundo, 25% da população grega pode estar sem cobertura médica alguma.Artigo |25 Maio, 2012 - 11:47

Nos últimos dois anos, o orçamento grego destinado à saúde já sofreu cortes de 13%, sendo que os hospitais foram instruídos no sentido de diminuírem drasticamente as suas despesas, levando-os a alterarem as regras para os utentes que não estão em situação de emergência, não têm direito a tratamento médico gratuito ou foram à falência.

Atualmente, o governo grego só cobre as despesas médicas das pessoas que estão empregadas e fazem contribuições regulares para a segurança social. No que respeita aos desempregados, só têm direito ao pagamento, pelo Estado, das suas despesas de saúde, aqueles que não tiverem dívidas ao Estado.

Segundo o diretor da operação na Grécia dos Médicos do Mundo, 25% da população grega pode estar sem cobertura médica alguma.

"Se levarmos em consideração todas as pessoas que passaram para abaixo da linha de pobreza, todos os que devem algum imposto para o fisco, mesmo que seja uma multa de trânsito, todos aqueles desempregados por mais de um ano e todos os que deixaram de pagar seus seguros de saúde recentemente, não me surpreenderia que estejamos a falar de cerca de um quarto da população", alertou Nikitas Kanakis.

No caso da mãe a quem a maternidade Elena Venizelos ateniense quis impedir de levar para casa o seu recém nascido, a família em causa vive numa barraca sem quaisquer condições. Todos os membros da família estão atualmente desempregados, tendo perdido o seu emprego com o eclodir da crise,.com exceção da avó do bébé, que faz limpezas.

Mediante a intervenção de uma médica do hospital, a mãe do recém nascido acabou por ser autorizada a levar consigo o seu filho e a pagar a despesa em parcelas, contudo, a família não tem qualquer ideia de como conseguirá pagar essa quantia e outros custos com que irão ser confrontados, nomeadamente, no que respeita às vacinas do bébé.

Litza Amanatidou, da coligação Syriza, considera que este tipo de situações são motivos mais do que suficientes para recusar as condições exigidas pela troika.

 

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