A Polícia da Paraíba abriu inquérito para investigar a morte do líder comunitário Reginaldo Firmino Alves, de 38 anos, conhecido como Naldinho. Ele foi assassinado com um tiro de espingarda calibre 12 no domingo à noite, perto de sua casa, no bairro do Cristo Redentor, na Zona Sul de João Pessoa. Na semana passada, ele denunciou o espancamento de um homem por policiais militares.
Na segunda-feira, Naldinho prestaria depoimento à Justiça como testemunha de tortura praticada por policiais militares contra um morador do bairro. Segundo testemunhas, o tiro que matou o líder comunitário foi disparado por um homem que estava em uma motocicleta, guiada por outro desconhecido.
Até ontem, a Polícia não tinha pistas dos assassinos. Segundo os vizinhos, o líder comunitário era uma pessoa querida no bairro e denunciava a violência de gangues contra moradores. A Polícia acredita que a morte foi queima de arquivo.
Naldinho participava, freqüentemente, de programas de rádio em João Pessoa para denunciar os problemas do bairro. Na semana passada ele chegou a denunciar que tinha presenciado alguns policiais militares espancarem um morador do bairro.
Disse que o morador teria sido levado para um local deserto e espancado por PMs que acusavam o homem de ser traficante de drogas.
"Naldinho gostava de defender seu bairro e não sabia que estava correndo risco de vida", disse o padre Francisco Adelino dos Santos, que providenciou o enterro do líder comunitário.
O enterro aconteceu no cemitério Cristo Redentor, na segunda-feira à tarde. Este assassinato não tem ligação com as mortes de pessoas que denunciaram tortura à representante das Nações Unidas que visitou o Brasil recentemente.