Guerrilheiros iraquianos são poucos, mas bem organizados e bem financiados

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Publicado Sexta, 14 de Novembro de 2003 às 13:54, por: CdB

O mais alto comandante americano no Oriente Médio disse na quinta-feira que a ocupação liderada pelos Estados Unidos no Iraque enfrenta não mais que 5 mil guerrilheiros, mas ele estão cada vez mais bem organizados e bem financiados, e estão expandindo gradativamente seus ataques para os anteriormente calmos Norte e Sul do país.

Sua estimativa da escala da oposição armada no Iraque, a mais precisa apresentada até o momento por um alto comandante, apareceu em uma ampla exposição dos obstáculos militares enfrentados por suas forças.

O oficial, o general John P. Abizaid do Exército, disse que seguidores leais de Saddam Hussein -e não terroristas estrangeiros, como disseram alguns membros do governo Bush- representam o maior perigo para as tropas americanas e para a estabilidade no Iraque. Ele disse que estes grupos baathistas e outros extremistas estão explorando a turbulência política e econômica do país para contratar "homens jovens irados" desempregados para realizar grande parte de seu "trabalho sujo".

Enquanto o general descrevia os desafios de segurança, a conselheira de segurança nacional do presidente Bush, Condoleezza Rice, apresentava seu próprio esboço dos passos políticos que serão tomados no Iraque, reconhecendo que os Estados Unidos mudaram de posição em relação à formação de um governo iraquiano.

Falando aos repórteres na Casa Branca, ela disse que é importante "encontrar formas de acelerar a transferência de poder para os iraquianos; eles estão clamando por isto, eles estão, nós acreditamos, prontos para isto".

Ela disse que o governo foi persuadido pelo Conselho de Governo Iraquiano que a redação da Constituição levará tanto tempo que o Iraque e seus ocupadores americanos não poderão esperar que esteja completa para a transferência de mais autoridade civil para os iraquianos.

Em breves comentários aos repórteres, Bush disse que os Estados Unidos estão desenvolvendo um plano para "encorajar mais iraquianos a assumirem mais responsabilidade" rapidamente na administração do Iraque. Funcionários do governo disseram que Bush aprovou em linhas gerais a criação de um governo temporário em meados do próximo ano.

A urgência repentina gerou uma série de preocupações quanto à política do governo para o Iraque. Após um longo período de críticas, tanto aqui quanto no exterior, de que os Estados Unidos não estavam agindo rápido o bastante para transferir o poder para os iraquianos, há agora uma crescente ansiedade de que, por motivos políticos internos, eles poderão agir rápido demais.

Abizaid, que chefia o Comando Central dos Estados Unidos, ofereceu uma avaliação séria da força guerrilheira que é minúscula em comparação aos 250 mil soldados aliados atualmente no Iraque -155 mil soldados americanos e da coalizão e mais de 100 mil membros iraquianos das forças de segurança- mas que está travando uma guerra de baixa intensidade cada vez mais sangrenta que resultará em mais baixas americanas antes do seu fim.

"O número de pessoas ativamente armadas e operando contra nós não ultrapassa 5 mil", disse Abizaid em uma coletiva de imprensa no seu quartel-general na Base MacDill da Força Aérea, em Tampa, Flórida. "As pessoas dirão, ora, este é um número muito pequeno. Mas quando você compreende que estão organizados em uma estrutura celular, que contam com oficias brutais e determinados, que sabem como operar de forma oculta, que têm acesso a muito dinheiro e muita munição, você percebe o quão perigosos eles são."

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