Cerca de 20 mil civis foram feridos durante a guerra contra o Iraque, e as forças de ocupação dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha estão ignorando o sofrimento dessas pessoas, afirmou um grupo de pesquisa na quinta-feira.
- Os civis feridos no Iraque foram varridos para debaixo do tapete - afirmou o órgão responável pela contagem de vítimas do conflito, o Iraq Body Count (IBC), em seu relatório, que o grupo diz ser o primeiro estudo sobre o número total de vítimas deixado pela guerra.
Segundo o documento, o número de vítimas civis no Iraque ficou entre um mínimo de 16.439 e um máximo de 19.733 pessoas.
O fato de as informações sobre as vítimas serem incompletas significa que o número real de vítimas deve ser próximo do teto dessa faixa ou mesmo superior a ele, afirmou o relatório.
O grupo anglo-americano, integrado por estudiosos e pacifistas, criticou os administradores norte-americanos e britânicos do Iraque pós-guerra por não criarem programas de assistência aos feridos e por não pagarem indenizações para essas pessoas.
- Uma parte considerável das famílias iraquianas terá um parente cuja vida acabou ou foi prejudicada pelas forças norte-americanas e britânicas - afirmou.
- Mesmo que apenas por motivos egoístas, os administradores norte-americanos e britânicos deveriam colocar o sofrimento dos feridos no centro de seus esforços, para 'conquistar os corações e mentes' do povo iraquiano.
O IBC também divulga há meses um cálculo sobre o número total de civis mortos durante o conflito. No último comunicado dessa contagem, o mínimo de mortos ficou estimado em 6.086 e o máximo, em 7.797.
Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha afirmaram várias vezes que suas forças tentaram minimizar o número de vítimas entre os civis, mas nunca divulgaram estimativas.
Um porta-voz do Ministério de Defesa britânico disse ser impossível determinar se os números do IBC são consistentes.