Por Nicola Sossass
Resistências eAlternativas são as palavras-chaves escolhidas pelo Comitê de Contatoconstituído por ocasião da Assembleia Mundial dos Habitantes para federar, esteano, de 15 de setembro a 31 de outubro, a Campanha Mundial pelo Direito àMoradia e à Terra.
No centro, a lutacontra as expulsões, os despejos, a monopolização de terras, a perseguição aosmilitantes: este ano, esses temas abarcam todos, não somente as organizaçõesenvolvidas há muito tempo nas Jornadas Mundiais Despejo Zero ou demaiscampanhas.
Como alvo, aspolíticas neoliberais, origem da crise global e urbana, da corrupção e daespeculação imobiliária, que excluem da moradia mais de um bilhão de pessoas,mandando para a rua a cada ano mais dezenas de milhões.
No banco dos réus o produtores da criseglobal e da moradia
No banco dos réus,os parasitas escondidos por trás dos fundos, sem nome ou "soberanos”, o FMI, oBanco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Banco Asiático deDesenvolvimento, ou seja, os principais produtores da crise, que já não têmmais legitimidade alguma para propor suas receitas, baseadas no mercado e nasguerras, para sair da crise.
No banco dos réustambém os governos, em todos os níveis, e por vezes algumas instituiçõessupranacionais, como UN-Habitat, que deveriam aliar-se à luta pelo direito àmoradia e à terra, mas tornam-se cúmplices dos despejos se seus burocrataspriorizam às leis do mercado, ignorando os direitos humanos e asustentabilidade.
Graças ao impulso dado pela AMH, pelaprimeira vez todos juntos
Graças ao impulsodado pela AMH, pela primeira vez as redes internacionais pelo direito à moradiadecidiram juntar suas forças, convencidas de que somente unidas poderiamenfrentar a crise global e a crise da moradia, na defesa dos habitantes maisameaçados e atacando as raízes das desigualdades, assim como ainsustentabilidade social e ambiental.
Trata-se de umadecisão histórica, que se traduz por iniciativas concretas (passeatas,ocupações, defesas das pessoas e das comunidades ameaçadas, fóruns, etc.) queconstam nos mapas interativos do blog unitário.
Por essas razões,todas as organizações de habitantes (vizinhos, moradores de locais precários,locatários, desabrigados, povos nativos, etc.) são convidadas a reunir-se àsJornadas, contribuindo para reforçar as lutas de todos.
Consolidar a colaboração criando « ForçasTarefa Unitárias Antidespejos»
Por essas mesmasrazões, o convite estende-se, para consolidar a colaboração entre essas mesmasorganizações criando «Forças Tarefa Unitárias Antidespejos» a nível local, edesenvolver o diálogo e as convergências rumo à «Via Urbana e Comunitária» quecresceu por ocasião do processo da AMH sobre a proposta da AIH.
Trata-se deconstruir juntos o tesouro do diálogo e das iniciativas federadoras: espaçocomum global das organizações e redes de habitantes, para trocar experiênciasde luta e de alternativa, compartilhar estratégias, implementar concretamente asolidariedade g-local.
Consequentemente, afecundidade das Jornadas: Gritar juntos Basta! às violações do direito àmoradia e à terra, estabelecer juntos bases sólidas, essenciais para vencerbatalhas pontuais e criar um "outro mundo possível”.
As organizações de habitantes lançam odesafio aos governos
Vencido o desafiounitário, a partir das Jornadas, as organizações de habitantes lançam o desafioaos governos, em todos os níveis (local, nacional, regional, supranacional)para obter políticas públicas da moradia e dos solos "despejo zero”.
Para acelerar aabertura de um autêntico diálogo sobre esses temas com as contrapartes, asorganizações de habitantes e suas redes, com o apoio dos aliados e parceiros,caminham juntas.
Cabe aos governosresponder positivamente a essas propostas, rejeitando qualquer atituderepressiva.