Greve na Venezuela "prossegue indefinidamente"

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Publicado Quinta, 11 de Abril de 2002 às 12:13, por: CdB

Líderes sindicais e empresariais da Venezuela anunciaram nesta quarta-feira que a greve geral realizada nos últimos dois dias irá continuar por tempo indeterminado, até que ocorram "mudanças profundas" no país.A greve geral foi convocada na semana passada em solidariedade aos funcionários da empresa estatal de exploração de petróleo, a PDVSA, que protestam contra alterações feitas pelo governo na direção da companhia. A Venezuela é o quarto maior produtor mundial de petróleo e um representante da PDVSA reconheceu que a greve dos últimos dias afetou as exportações. A continuação da greve pode aumentar ainda mais a tensão no mercado internacional do produto, que ainda vive o impacto da decisão do Iraque de suspender por 30 dias as vendas de petróleo a outros países. Sem medo O Iraque a Venezuela respondem, juntos, por cerca de 4,5 milhões de barris de petróleo exportados por dia. Só a Venezuela vende diariamente aproximadamente um milhão de barris para os Estados Unidos. Milhares de pessoas participaram da greve nos últimos dias e o presidente da Confederação dos Trabalhadores da Venezuela, Carlos Ortega, confirmou a continuidade da paralisação por tempo indefinido. "Não temos medo de nada, porque a razão está do nosso lado". Ortega também disse que as forças do governo realizaram "represálias" contra os grevistas, reprimindo manifestantes nas ruas. Por outro lado, o presidente do sindicato patronal Federacámaras, Pedro Carmona, reconheceu que "há motivos para que a greve prossiga". "A situação na Venezuela é bastante crítica e complexa", disse Carmona. "O presidente Hugo Chávez não manifestou vontade em resolver a questão relativa às mudanças na direção da PDVSA". Militares O ministro venezuelano da Defesa, José Vicente Rangel, disse que além das justificativas sociais e econômicas para o prosseguimento da greve, existe o objetivo político de afastar o presidente Chávez do poder. "A estupidez não tem limites", disse o ministro. "O presidente vai se pronunciar em breve, de maneira profunda, sobre a situação. Nós estamos sempre abertos ao diálogo, mas a greve não é a melhor maneira de encontrar uma saída para a situação." O presidente da Confederação dos Trabalhadores da Venezuela, Carlos Ortega, conclamou as Forças Armadas do país para ficarem do lado dos trabalhadores. "Em momentos de crise, as Forças Armadas devem ficar com o povo, do lado da maioria", disse.

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