As missões diplomáticas da França ao redor do mundo enfrentam nesta segunda-feira uma greve convocada pelos sindicatos que representam a maioria dos diplomatas franceses.
Os sindicatos reclamam que cortes recentes prejudicam as declaradas ambições da França de desempenhar um papel importante na esfera internacional.
A França tem a segunda maior presença diplomática no mundo, depois dos Estados Unidos.
Os sindicatos que representam a maioria dos 9 mil diplomatas e funcionários locais esperam que cerca de 40 embaixadas e consulados permaneçam fechados nesta segunda-feira por causa da paralisação.
Ambição
A greve seria uma forma de pressionar pelo fim da redução do orçamento para o Ministério das Relações Exteriores, na casa dos 10% nos últimos dez anos.
Recentemente, a extensão do problema foi visível quando uma empresa fornecedora de papel para o ministério recusou-se a fazer novas entregas até que as contas anteriores fossem pagas.
Sindicalistas em Paris devem deixar o trabalho e reunir-se no Senado, onde o futuro orçamento para as relações exteriores será debatido.
Em pronunciamento, os sindicatos disseram não entender como o presidente francês, Jacques Chirac, pode divulgar grandes ambições para a França no mundo enquanto o orçamento do ministério vem sofrendo cortes freqüentes.
O ministro francês das Relações Exteriores, Dominique de Villepin, reconheceu a gravidade da situação e disse aos seus funcionários que as circunstâncias são “difíceis”, mas prometeu levar em conta as reivindicações.
Diplomatas em Londres e em outras importantes capitais disseram não saber o quanto a greve será produtiva.
De acordo com jornais franceses, o sentimento de frustração atinge até alguns embaixadores e outros funcionários de primeiro escalão.
Os diplomatas estariam envergonhados porque o pedido de economia teria atingido até os serviços postais e teria forçado as embaixadas francesas a baixar o nível de hospitalidade que elas oferecem a serviço do Estado francês.