Grécia fecha plano de austeridade com UE e FMI

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Publicado Sexta, 24 de Junho de 2011 às 08:37, por: CdB

A Grécia obteve na quinta-feira o consentimento dos credores internacionais para um plano de austeridade com duração de cinco anos destinado a evitar uma iminente moratória. Após um dia de discussões acirradas em Atenas, o novo ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, selou um acordo com inspetores da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional a respeito de aumentos tributários adicionais e de cortes nos gastos públicos, com o objetivo de cobrir um buraco de 3,8 bilhões de euros nas contas públicas. O porta-voz do governo grego, Elias Mossialos, e primeiro-ministro George Papandreou, em um encontro de cúpula em Bruxelas, confirmaram que as negociações tinham sido concluídas e que o projeto de lei seria enviado ao Parlamento na próxima semana. Papandreou prometeu empenho em aprovar no Parlamento reformas econômicas radicais. O euro se recuperou perante o dólar com a notícia, e as Bolsas dos EUA reduziram suas baixas após a Reuters noticiar, inicialmente com fontes, o acordo. Os líderes da União Europeia insistiram que o Parlamento grego deve aprovar profundos cortes nos gastos públicos, mais aumentos de impostos e um amplo programa de privatizações, como condições para garantir a ajuda financeira que a Grécia necessita desesperadamente para evitar uma provável moratória em meados de julho. Papandreou disse ao chegar à cúpula que estava empenhado em obter na semana que vem a aprovação parlamentar do impopular pacote econômico. "A Grécia está comprometida, fortemente comprometida, em continuar um importantíssimo programa de grandes mudanças, mudanças radicais, para tornar a nossa economia viável", disse ele a repórteres. Os líderes da UE também pediram ao líder da oposição conservadora grega, Antonis Samaras, que apoie o programa de austeridade, mas ele manteve a sua recusa em votar a favor do plano. Enquanto isso, os governos da zona do euro conversam com bancos e seguradoras para tentar convencê-los a manter voluntariamente sua exposição à dívida grega quando os títulos em seu poder vencerem, o que seria parte de um possível segundo plano de resgate financeiro para Atenas. Venizelos, nomeado na semana passada, queria mudar algumas medidas já aceitas pela Grécia junto à UE, ao FMI e ao Banco Central Europeu, para assim apresentar um pacote um pouco mais suave ao Parlamento na votação prevista para terça-feira. Dessa forma, ele esperava um pouco mais de boa vontade de opinião pública do seu país com as medidas. Mas essas mudanças impediriam que Atenas cumprisse suas promessas de austeridade. A diferença acabou sendo coberta com uma redução do limite de isenção do imposto de renda, estabelecido agora em 8.000 euros ao ano, e de uma elevação no imposto sobre o combustível de calefação. - Nosso objetivo básico é recuperar nossa credibilidade - disse Venizelos. Se o pacote for aprovado, a UE e o FMI devem liberar uma próxima parcela de empréstimos de emergência --12 bilhões de euros (17 bilhões de dólares)-- em meados de julho, permitindo a Atenas escapar da bancarrota.

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