Granadas aumentam tensão de protestos na Tailândia

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Publicado Segunda, 15 de Março de 2010 às 07:26, por: CdB

Explosões de granadas feriram dois soldados nesta segunda-feira num quartel de Bangcoc, aumentando o clima de tensão num dia em que dezenas de milhares de manifestantes contrários ao governo se aglomeram em outras instalações militares nos arredores da cidade.

Não se sabem quem provocou as explosões, ou se elas têm ligação com os protestos dos "camisas vermelhas", seguidores do ex-premiê Thaksin Shinawatra, que tentam derrubar o atual governo.

Logo antes do incidente, o primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva havia rejeitado um ultimato dos manifestantes para dissolver o Parlamento e convocar eleições até as 12h (hora local).

Apoiado pelos militares e pela elite civil, Abhisit disse em rede nacional de TV que não é hora de realizar eleições, nas quais analistas dizem que aliados de Thaksin seriam favoritos.

O coronel Nattawat Attanibutt disse que uma investigação inicial mostrou que as granadas foram atiradas para dentro do quartel por um lançador modelo M-79, a partir da rua Viphavadi-Rangsit. Os soldados foram hospitalizados.

– Um deles sofreu ferimentos no abdome e o outro foi ferido no braço –, disse Nattawat.

Apesar da tensão política, a Bolsa local permanece atraindo investimentos estrangeiros -- cerca de 812 milhões de dólares em três semanas - refletindo a recuperação das economias emergentes no Sudeste Asiático.

No ano passado, a Tailândia registrou os piores incidentes de violência em manifestações nos últimos 17 anos, o que não impediu a Bolsa de Bangcoc de saltar 63%.

A atual turbulência é sintoma de uma prolongada crise política que opõe, de um lado, os militares, os monarquistas e a elite urbana -- que usam amarelo nos protestos e apoiam Abhisit; e do outro os seguidores de Thaksin, identificados pela cor vermelha, oriundos principalmente das classes trabalhadoras rurais, e que se sentem alienados.

Após o prazo para a dissolução do Parlamento, os manifestantes recuaram do quartel onde estavam para o seu principal local de concentração, reforçando as especulações de que Abhisiti resistirá ao confronto com os "camisas vermelhas".

– Ouvimos a resposta de Abhisit. Fizemos o que viemos fazer e vamos avaliar o que fazer em seguida –, disse o líder manifestante Veera Musikapong à multidão, sob o forte sol do meio-dia.

"Fora, Abshiti; fora elite", gritavam os manifestantes. Os protestos começaram à sexta-feira e chegaram a reunir até 150 mil no domingo. Em geral, eles transcorreram de forma pacífica e ordeira.

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