O Japão ameaçou promover sanções econômicas contra a Coréia do Norte se o país realizar testes com um novo míssil balístico, segundo representantes do governo citados pela imprensa japonesa.
A Coréia do Norte testou dois tipos de mísseis de curto alcance nas últimas semanas, despertando temores de que estaria se preparando para o teste de um projétil de alcance mais longo, semelhante ao que sobrevoou o Japão em 1998.
Fontes do governo japonês afirmaram que, entre as possíveis sanções, estaria o bloqueio de transferências monetárias e exportações para a Coréia do Norte, de acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo e os principais jornais do país.
As exportações japonesas para a Coréia do Norte totalizaram cerca de US$ 135 milhões em 1999, enquanto as transferências monetárias da significativa comunidade coreana no Japão também devem atingir valores altos.
Reconhecimento
As ameaças de sanções vieram à tona no dia seguinte aos Estados Unidos reiniciarem os vôos de reconhecimento sobre a Coréia do Norte, em meio ao tenso impasse sobre o programa nuclear do país.
Jornais japoneses informaram que o governo de Pyongyang poderia estar se preparando para testar o seu míssil balístico Rodong, que teria alcance suficiente para atingir qualquer parte do Japão.
O governo japonês inicialmente menosprezou a notícia, dizendo que não havia “informação específica” sobre o tal lançamento.
No entanto, além da ameaça de sanções, a agência de Defesa do Japão confirmou que um navio militar de reconhecimento havia sido enviado para as proximidades da costa norte-coreana em missão que foi descrita como uma atividade normal de patrulha.
A Coréia do Norte manteve uma moratória auto-imposta sobre testes de mísseis balísticos desde 1999. No entanto, em janeiro deste ano o país ameaçou suspendê-la, em meio aos temores sobre as pretensões nucleares norte-coreanas.
Na quarta-feira, esses temores receberam novo impulso, quando o governo de Washington acusou a Coréia do Norte de ter um programa nuclear militar bem mais avançado do que se imaginava, o que agravou a tensão na região.
O secretário-adjunto de Estado dos Estados Unidos, James Kelly, afirmou que o programa de enriquecimento de urânio de Pyongyang poderia estar a apenas alguns meses de produzir material para armas atômicas.
A Coréia do Norte já reativou a sua usina nuclear em Yongbyon, que, segundo os americanos, poderia processar plutônio, que é usado em outro processo para fabricar bombas atômicas.