Governo e Pastoral Carcerária atuarão juntos no sistema prisional

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Publicado Sábado, 08 de Março de 2003 às 05:22, por: CdB

O diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça, Ângelo Roncalli, reuniu-se nesta sexta-feira com representantes da Pastoral Carcerária para dar início a uma parceria que fortalecerá a atuação da entidade em todo o sistema prisional do país. Entre as metas a serem alcançadas estão o acesso de padres e voluntários às prisões e o diálogo constante com o governo, que contribuirá na identificação dos principais problemas enfrentados pelos detentos e pelos familiares e funcionários. "As penitenciárias precisam de um controle social que hoje não existe e que tem de ser feito pela sociedade organizada", defendeu o diretor. A intenção é que essa parceria seja estendida a outras entidades ligadas ao tema. "Nós vivenciamos o dia-a-dia do presídio e aqui eles elaboram a teoria. Essa parceria permitirá essa troca: um trará as informações e outro levará as soluções", disse a representante da Pastoral na região Sudeste, Vera Lúcia Alves. Entre os Estados em pior situação, Vera destacou Espírito Santo, Rondônia e Rio de Janeiro. A escolha da Pastoral para colaborar com o ministério, segundo Roncalli, foi por ela já ter uma atuação sólida dentro das prisões. Há mais de 30 anos, a Pastoral Carcerária desenvolve um trabalho de ressocialização e resgate da cidadania dos presos, por meio de aconselhamento religioso, auxílio judicial, abrigo de egressos e orientação familiar, entre outras atividades. Segundo o coordenador nacional da Pastoral Carcerária, Padre Gunther Zgubic, existem cerca de 15 mil voluntários em todo o país. O trabalho, no entanto, às vezes sofre resistência das autoridades do sistema prisional. "Dependendo do momento e dos problemas por que passa determinada penitenciária, temos dificuldade para realizar nosso trabalho", revelou o coordenador. Para Roncalli, essa dificuldade também é provocada pelo fato de a Pastoral revelar as irregularidades vividas pelos detentos e funcionários, denunciando casos de violação dos direitos humanos, desrespeito ao código penal, péssimas condições de trabalho, etc. "Como eles têm acesso aos presos e, claro, não tratam apenas de questões religiosas, nem sempre eles são bem-vindos", avaliou.

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