Governadores nordestinos ameaçam não respeitar feriados do apagão

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Publicado Quarta, 17 de Outubro de 2001 às 14:54, por: CdB

O presidente Fernando Henrique Cardoso assinou, nesta quarta-feira, a Medida Provisória estabelecendo três feriados nos estados do nordeste do Brasil, com o objetivo de reduzir o consumo de energia na região. Os feriados serão em 22 de outubro e nos dias 16 e 26 de novembro. A medida causou indignação entre os governadores nordestinos, que ameaçaram não cumprir a determinação do governo. O governador da Bahia, César Borges, por exemplo, afirmou que seu estado vem cumprindo o racionamento à risca. Mas o fato é que, em toda a região, a economia de energia caiu de 20 por cento para apenas 13 por cento este mês e os reservatórios que abastecem as hidrelétricas estão abaixo do nível. Segundo o ministro das Minas e Energia, José Jorge, quem não cumprir a medida provisória dos feriadões estará sujeito a sanções. Eficiência Energética Fernando Henrique sancionou, também, a lei de Eficiência Energética, segundo a qual todo produto que consome energia, antes de ser comercializado, terá que passar por testes que comprovem o menor consumo possível de eletricidade ou de combustíveis, como gasolina, diesel ou gás. Cada equipamento terá uma etiqueta indicando a quantidade de consumo de energia. O presidente informou que já existem 18 grupos de produtos que possuem etiquetas de consumo, como geladeiras, freezers, aparelhos de ar condicionado e lâmpadas. Outros 24 grupos passarão por testes nos próximos dois anos. Para FHC, todo brasileiro precisa se preocupar com a melhor forma de usar a energia e de conservá-la. "É necessário mostrar aos investidores o que já está em marcha. Temos hoje 22 hidrelétricas e 32 termelétricas. Muita coisa já foi feita e esta lei vem se somar a isso", afirmou o presidente. Fernando Henrique ressaltou que a experiência da crise de energia, por mais dolorosa que seja, tem um aspecto positivo: "Todos nós percebemos que havia desperdício". "É preciso uma cultura conservacionista, porque a energia custa e a água não está sob o nosso controle, temos que usá-la com prudência", afirmou. O presidente destacou também que a resposta do Brasil à gestão da crise de energia foi extraordinária, salientando que o impacto "foi infinitamente menor do que se esperava". "Até agosto, não houve diminuição da produção industrial nem do emprego", frisou. Aumento na conta de luz será diluído O coordenador da Câmara de Gestão da Crise de Energia, ministro Pedro Parente, que esteve reunido com FHC, negou que o governo tenha decidido conceder reajuste extraordinário de seis por cento nas tarifas de energia elétrica para compensar as perdas financeiras das distribuidoras com o racionamento. De acordo com Parente, o assunto vem sendo tratado pelo núcleo executivo da Câmara, que trabalha com várias alternativas, mas qualquer decisão levará em conta o menor impacto, principalmente para o consumidor residencial. Para Parente, o reajuste deverá ser diluído ao longo do tempo.

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